Lula defende taxação internacional para financiar desenvolvimento sustentável durante reunião do G20 em Brasília.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou, nesta quarta-feira (13), seu posicionamento a respeito do financiamento do desenvolvimento sustentável nos países emergentes em reunião conjunta das trilhas de Sherpas e de Finanças do G20 em Brasília. O Brasil atualmente exerce a presidência desse importante grupo internacional e Lula enfatizou a importância da criação de mecanismos de taxação internacional para garantir maior suporte financeiro a essas nações.

Lula argumentou que os países mais pobres, principalmente da África, precisam ter a dívida externa equacionada, e que os bancos multilaterais de desenvolvimento devem direcionar mais recursos de forma ágil para projetos reais de impacto. Além disso, o presidente defendeu a implementação de sistemas tributários justos e transparentes, baseados na progressividade e na transparência, que incidam não só sobre a renda, mas também sobre a riqueza e que coíbam a evasão fiscal por parte dos mais ricos.

Outra questão levantada por Lula foi a defasagem do modelo de governança internacional adotado após a Segunda Guerra Mundial. Para ele, é essencial uma maior representação dos países emergentes em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU e em instituições de financiamento global como o Banco Mundial e o FMI. Ele destacou que a dívida dos países pobres constitui uma fonte permanente de instabilidade política e que é necessário um regime mais equitativo de alocação de direitos especiais de saque.

Na reunião, Lula também abordou a importância da transição energética e do desenvolvimento sustentável, com foco na justiça social e na prosperidade econômica para todos. Ele defendeu que a descarbonização da economia global e a revolução digital sejam processos justos e que o acesso a tecnologias seja expandido, especialmente para países em desenvolvimento.

Além disso, o presidente brasileiro colocou em pauta a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza, propondo a criação de uma força-tarefa global para erradicar essas mazelas. Ele ressaltou que o mundo não pode conviver com a fome de mais de 735 milhões de pessoas e a pobreza de mais de 8% da população, e defendeu uma nova globalização que combata as disparidades.

A reunião em Brasília é a primeira de uma série de encontros que o Brasil sediará como presidente do G20 até novembro de 2024, incluindo mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades do país e a 19ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo em 2024. Lula enfatizou a importância de decisões efetivas e de uma maior coordenação entre as trilhas política e financeira do G20 para garantir o funcionamento adequado do grupo.

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