De acordo com os pesquisadores, os estudantes negros em 2019 obtiveram índices semelhantes ao que os brancos tinham em 2010. Isso demonstra que, apesar dos avanços, a desigualdade racial continua presente no sistema educacional.
Um dos dados mais significativos apontados pelo estudo é a diferença na taxa de aprovação entre alunos negros e brancos no ensino médio. Enquanto a taxa de aprovação dos alunos negros cresceu de 74% para 84,3%, a dos brancos foi de 81,9% para 89,4%. Essa diferença, embora tenha diminuído ao longo dos anos, ainda é um reflexo da desigualdade étnico-racial existente no Brasil.
Outro ponto relevante do estudo é a análise da distorção idade-série, que ainda afeta de forma significativa os estudantes negros. A pesquisa mostra que, apesar da redução nesse indicador, a distorção idade-série continua sendo uma realidade para muitos alunos negros, levando a um aumento da presença de alunos negros na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Além disso, o estudo revela que as desigualdades alcançam também o perfil racial das escolas, com unidades de ensino predominantemente brancas apresentando um percentual maior de professores com formação adequada em comparação com escolas onde a maioria dos alunos é negra.
Apesar dos avanços proporcionados pela Lei de Cotas para acesso ao ensino superior, o estudo aponta que a desigualdade étnico-racial ainda persiste nessa etapa. A quantidade de mulheres negras no ensino superior, por exemplo, ainda é significativamente menor do que a de mulheres brancas.
Portanto, apesar dos avanços na qualidade de ensino para pessoas negras, o estudo do Cedra destaca a necessidade de políticas educacionais mais focadas nos estudantes negros, a fim de superar as desigualdades raciais na educação do país. A análise dos dados do Censo Escolar da Educação Básica e da Pnad revelou diversos aspectos que precisam ser considerados e abordados para alcançar uma verdadeira equidade no sistema educacional.