Repórter São Paulo – SP – Brasil

COP28 chega ao fim em Dubai com compromissos em relação a mudanças climáticas e implicações para COP30 no Brasil.

Após duas semanas de intensas negociações e muita pressão da sociedade civil e de nações petroleiras, a COP28 chegou ao fim na manhã desta quarta-feira (13), em Dubai. Com a edição brasileira da conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas) marcada para 2025 em Belém, o que foi definido durante a COP28 terá impacto direto na cúpula que será realizada no Brasil.

O principal objetivo da COP nos Emirados Árabes era entregar um balanço geral das ações climáticas tomadas até hoje, que será usado na atualização das metas climáticas dos países, conhecidas como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). Segundo o Acordo de Paris, essas atualizações terão que ser feitas até 2025, quando a conferência será realizada no Brasil. No entanto, questões como o apoio dos países desenvolvidos às nações emergentes na transição energética ainda precisam ser abordadas.

O texto final da COP28 propõe pela primeira vez que os países façam uma transição dos combustíveis fósseis, para outras fontes de energia e também inclui a adoção mais firme do objetivo de limitar o aquecimento global em 1,5°C, ao invés de 2°C. Esse ponto foi um dos principais defendidos pela diplomacia brasileira, que buscou o apoio de outros países para adotar esse parâmetro na atualização das suas NDCs.

No entanto, causou controvérsia o anúncio do presidente brasileiro de que o país passará a integrar a Opep+, grupo de observadores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, uma vez que o Brasil também realizou o maior leilão de combustíveis fósseis da história, ofertando mais de 600 blocos para exploração.

A COP29, que está programada para acontecer em Baku, no Azerbaijão, em 2024, será um dos próximos desafios. Nesta conferência, será definido um novo valor a ser destinado pelos países ricos ao financiamento climático em nações em desenvolvimento. Questões como essa ainda ficaram pendentes na COP28 e podem sobrar para a COP30 no Brasil. O governo brasileiro está trabalhando na elaboração de um roteiro de ações, chamado de “Missão 1,5°C”, em parceria com os Emirados Árabes e o Azerbaijão, para estimular a ambição na próxima rodada de NDCs e manter a meta de 1,5°C ao alcance.

O desafio para o Brasil nos próximos anos será demonstrar seus esforços no cumprimento da NDC e terá que lidar com pressões e controvérsias relacionadas a seu papel como produtor de combustíveis fósseis. A construção de agenda para a COP30 demandará colaboração e participação ampla, tanto domesticamente quanto nas relações do Brasil com outros países do Sul Global.

Em resumo, as discussões e definições da COP28 têm um impacto direto na conferência do clima que será realizada no Brasil em 2025. As decisões tomadas nas últimas semanas em Dubai terão reflexos nas metas climáticas definidas na COP30 e nos esforços mundiais para conter a crise climática. Ações concretas deverão ser tomadas nos próximos anos para que essas metas sejam alcançadas e o Brasil terá que lidar com desafios e pressões que envolvem seu papel como produtor de combustíveis fósseis.

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