Balança Comercial Brasileira em 2024: Queda nas Exportações e Aumento nas Importações Preocupam Associação de Comércio Exterior

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou nesta quarta-feira uma previsão para a balança comercial em 2024. De acordo com a projeção, as exportações deverão registrar uma queda de 0,6%, somando US$ 334,517 bilhões, contra os US$ 336,532 bilhões estimados para 2023. Para as importações, a expectativa é de um aumento de 0,62%, com US$ 241,745 bilhões em 2024 contra US$ 240,345 bilhões previstos para este ano. O superávit deverá atingir US$ 92,772 bilhões no próximo ano, uma queda de 3,5% em comparação aos US$ 96,187 bilhões esperados para 2023.

O presidente da AEB, José Augusto de Castro, comentou que o mercado internacional está muito calmo, sem quedas ou elevações bruscas de preços. Ele ressaltou que, mesmo diante deste cenário de tranquilidade, fatores políticos ou econômicos podem surgir no segundo semestre de 2024 e afetar o comércio. Castro ainda pontuou que o conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas não teve impacto no mercado e que a aceitação passiva do mercado tem sido a tônica.

No que se refere aos produtos exportados pelo Brasil, a AEB destacou que soja, petróleo e minério deverão responder por mais de um terço das exportações totais em 2024, com estabilidade em relação ao ano anterior. Castro advertiu que a redução na produção da Opep poderia aumentar o preço do petróleo, e que problemas climáticos no Brasil poderiam levar a uma pequena queda na exportação de soja.

Além disso, a AEB projetou que os produtos brasileiros cujas cotações médias em dólar por tonelada deverão crescer em 2024 são minério de ferro, petróleo, soja em grão, celulose e óleos combustíveis. Por outro lado, são esperadas quedas nas cotações de café, carne de aves, carne suína, milho, carne bovina e farelo de soja.

Sobre a Argentina, Castro comentou que a posse do novo presidente, Javier Milei, poderia trazer consequências positivas para o comércio brasileiro, como um aumento na produção agrícola, se não houver quebra de safra. O presidente da AEB também fez um alerta em relação à falta de produtos manufaturados expressivos na balança comercial brasileira, ressaltando que o país está perdendo oportunidades de alavancar a produção industrial. Ele citou o México como um exemplo de país que se preparou para o futuro e está colhendo os frutos desse investimento.

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