Terceiro rascunho da COP28 em Dubai exclui previsão de eliminar combustíveis fósseis e pressiona países a reduzir poluição climática.

O terceiro rascunho do texto da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima de 2023 (COP28), em Dubai, gerou polêmica ao excluir a previsão de eliminar o uso dos combustíveis fósseis. Segundo o novo documento, a previsão agora é de “substituir” tais combustíveis, o que desagradou organizações ambientalistas e foi alvo de pressão por parte de grandes países produtores de petróleo, como a Arábia Saudita e a Rússia, que estão entre os países contra a eliminação dos fósseis.

O trecho do terceiro rascunho que trata dos combustíveis fósseis aponta para a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases do efeito estufa, sugerindo medidas como triplicar a capacidade de energia renovável a nível mundial e acelerar os esforços para criar sistemas com emissões líquidas zero com utilização de combustíveis com zero carbono.

Outra medida prevista é a redução do consumo e da produção de combustíveis fósseis, “de forma justa, ordenada e equitativa de modo a atingir zero emissões líquidas até, antes ou por volta de 2050”. O novo texto foi criticado por instituições que atuam com políticas do clima, considerando que o mesmo “quebra as expectativas” ao não apresentar um cronograma claro e ambicioso para a transição energética e por não estabelecer medidas que os países devem adotar em vez de apenas propor opções.

A delegação brasileira ainda está avaliando o novo documento, mas a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, argumentou que o Brasil defende um texto que reduza a dependência dos combustíveis fósseis, e que essa redução seja liderada pelos países desenvolvidos. Ela ressaltou a importância de uma linguagem que acolha este tema e viabilize os meios para que os países desenvolvidos e em desenvolvimento sejam contemplados de forma justa.

Os gases do efeito estufa lançados na atmosfera vêm aumentando a temperatura do planeta desde a Revolução Industrial, principalmente por meio da queima de combustíveis fósseis. A questão climática tem gerado impactos significativos, como eventos extremos de calor, secas prolongadas e chuvas intensas. No Acordo de Paris, em 2015, os países se comprometeram a combater o aquecimento global, buscando limitá-lo a 1,5ºC acima dos níveis antes da revolução industrial.

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