Ao caminhar pelos bairros do Bom Parto e Farol, a reportagem encontrou um cenário de desolação, com casas abandonadas e tomadas pelo mato, vias silenciosas e parte das casas vazias devido à evacuação. Além disso, o desemprego e a incerteza em relação ao futuro estão causando preocupação para muitos residentes.
Luiz Vieira da Silva, aposentado de 72 anos, relata que passou por enchentes, mas nunca sentiu tanto medo como agora. Ele teme perder a casa onde mora há 40 anos e ter que depender de serviços públicos. Igor Galdino de Lima Rodas, comerciante do bairro, reclama da queda em suas vendas após o colapso da mina, além das condições precárias em que se encontra, como a falta de iluminação e infestação de animais indesejáveis.
A situação é ainda mais difícil para Francisca da Silva Santos, desempregada, que relata acordar várias vezes à noite e não ter condições de ir para um alojamento devido à falta de serviços básicos na região afetada.
A Defesa Civil de Maceió afirma que o cenário é de estabilização e que as outras cavidades não serão afetadas pelo colapso da mina 18. No entanto, para os moradores, a incerteza e o medo persistem, especialmente em relação às outras 34 minas localizadas na região.
A falta de comunicação e suporte por parte dos órgãos responsáveis, assim como a ausência de visitas da Defesa Civil de Maceió ou da Braskem após o colapso, contribuem para o sentimento de impotência e desamparo vivido pelos moradores dessas áreas.
Diante desse cenário, os residentes de Maceió enfrentam um futuro incerto, vivendo entre o medo e a esperança de que as autoridades tomem medidas eficazes para garantir a segurança e o bem-estar da população afetada.