Governo de Alagoas estuda desapropriar área da Braskem afetada por afundamento de solo e transformá-la em parque.

O governo de Alagoas está considerando a desapropriação de toda a área afetada pelo afundamento de solo na região metropolitana de Maceió, resultado de décadas de extração de sal-gema por empresas privadas. O governador Paulo Dantas afirmou que a proposta, ainda em análise, envolve a expropriação da área pertencente à empresa petroquímica Braskem, transformando-a em um parque estadual.

A reunião de cerca de quatro horas ocorreu um dia após o rompimento de uma das minas operadas pela Braskem. O encontro teve como objetivo estabelecer ações conjuntas dos governos estadual, federal e municipais para lidar com o afundamento do solo, que afetou mais de 250 mil pessoas e obrigou cerca de 40 mil a deixarem suas moradias e estabelecimentos comerciais em cinco bairros.

Além da desapropriação da área definida como de risco e a criação de um parque em memória às vítimas da Braskem, Dantas defendeu a inclusão de mais três bairros na área de atenção, citando a importância da ampliação das bordas do mapa de risco. No entanto, a proposta do governador não foi bem recebida por Alexandre de Moraes Sampaio, representante das vítimas no Grupo de Trabalho de Combate ao Crime da Braskem. Ele criticou a hipótese da empresa ainda receber uma indenização do estado pelas áreas de onde expulsou suas vítimas.

A procuradora-geral do estado, Samya Suruagy do Amaral Pacheco, acrescentou que o governo já ingressou com uma ação judicial para garantir a manutenção da propriedade dos donos dos imóveis atingidos, mesmo para aqueles que já assinaram acordos com a empresa. Samya afirmou que a desapropriação seria uma segunda opção, caso a Justiça não decida a favor das vítimas.

Por outro lado, o deputado federal Rafael Brito endossou a sugestão do governador e afirmou que a Braskem não indenizou as famílias atingidas, mas apenas comprou seus imóveis. Segundo a empresa, desde 2018, cerca de 14,5 mil imóveis foram incluídos no programa de compensação financeira e apoio à realocação. A Braskem afirma já ter pago R$ 4,4 bilhões em indenizações, de um total de 19 mil propostas apresentadas a moradores e comerciantes.

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