Repórter São Paulo – SP – Brasil

Deputado apresenta relatório de projeto de lei que cria programa de incentivo financeiro para permanência de estudantes pobres no ensino médio.

O deputado Pedro Uczai, do PT, apresentou um relatório nesta segunda-feira (11) sobre um projeto de lei que visa criar um programa de incentivo financeiro para a permanência de estudantes pobres no ensino médio. O texto converge com os planos do governo Lula, de criar um fundo privado de financiamento. Além disso, o relatório prevê pagamentos mensais e uma poupança a ser sacada após a conclusão da etapa.

No entanto, a iniciativa do presidente Lula, que prevê um fundo de até R$ 20 bilhões por meio de uma medida provisória, deverá caducar no Congresso, de acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Para dar continuidade ao programa, Uczai passou a relatar um projeto de lei da deputada Tabata Amaral, do PSB-SP, que espera ser votado ainda nesta semana no plenário da Câmara.

Há uma pressa por parte do governo em avançar nesse tema, visando a realização dos pagamentos já a partir de 2024. A base governista tem articulado a garantia de um orçamento de R$ 7 bilhões para o próximo ano. A previsão é que mais de 2,5 milhões de jovens possam ser contemplados pelo programa, com prioridade para alunos matriculados em tempo integral e que sejam considerados vulneráveis socialmente.

Sobre os pagamentos, o projeto de lei não traz detalhes a respeito do desenho, mas a equipe do deputado indicou que ele deve seguir um modelo elaborado internamente pelo Ministério da Educação. A proposta é que cada aluno receba R$ 200 mensais durante dez meses, além de uma poupança de R$ 1.000 por ano até o 3º ano. O custo calculado para 2024 é de R$ 7 bilhões, com previsão de aportes semelhantes nos anos seguintes.

O programa tem como objetivo reduzir as altas taxas de evasão no ensino médio, que hoje atingem 8,8% dos alunos no 1º ano. Para ter acesso ao incentivo, os estudantes deverão cumprir condicionalidades como efetivar a matrícula no início do ano letivo, ter frequência adequada, ser aprovado e participar de avaliações como o Saeb e o Enem para os estudantes do 3º ano.

A criação desse programa representa um compromisso assumido com a então candidata ao Palácio do Planalto, Simone Tebet, e visa atacar um dos maiores gargalos da educação brasileira, que é a evasão no ensino médio, especialmente entre os mais pobres.

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