Em entrevista à Folha, Galindo comentou sobre o ocorrido, afirmando que a proximidade entre as cavernas exploradas pela Braskem, que deveria ser de 100 metros, não foi observada, o que aumentou o risco de colapso. Ele também manifestou preocupação com a possível infiltração de água na mina e os impactos biológicos e paisagísticos na região.
A prefeitura de Maceió informou que ainda não há detalhes sobre a dimensão dos danos causados pelo desabamento, mas equipes apoiadas pelo poder público planejam realizar voos e expedições de barco sobre o local nos próximos dias. Além disso, o professor de geologia da USP, Renato Lima, alertou para o perigo de maior impacto no sistema natural nos próximos meses, com a possível saída de fluidos estranhos ao sistema, como salmouras em várias concentrações.
O desastre na mina número 18 é apenas o mais recente de uma sequência de eventos que começaram em março de 2018, quando tremores de terra causaram rachaduras no solo e em imóveis, atingindo 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais em Maceió. Aproximadamente 20% do território da capital alagoana foi afetado, levando cerca de 60 mil pessoas a deixarem suas casas.
Após investigações, ficou constatado que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica foram responsáveis pelos tremores e pelos danos causados na região. A empresa, que tinha 35 poços de extração de sal-gema em área urbana e suspendeu suas atividades em maio de 2019, foi negligente em relação à segurança e ao impacto ambiental, causando prejuízos graves à população e ao meio ambiente.
Diante desse cenário, é urgente que as autoridades tomem medidas para responsabilizar a Braskem e garantir a segurança da população de Maceió, bem como a recuperação do meio ambiente. A negligência da empresa não pode mais ser tolerada, e ações efetivas devem ser tomadas para evitar novos desastres. A população de Maceió não pode mais ser prejudicada pelas atividades irresponsáveis da Braskem.