COP28 em Dubai: Negociações finais para acordo sobre abandono gradual de combustíveis fósseis antes do encerramento.

A COP28 está chegando ao fim e a busca por um consenso sobre o abandono gradual dos combustíveis fósseis está se intensificando. O encontro da ONU sobre as mudanças climáticas acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e tem previsão de acabar nesta terça-feira (12).

Com o tempo se esgotando, os países participantes começaram a manifestar posições mais fortes em relação ao abandono dos combustíveis fósseis. O rascunho apresentado na última sexta-feira (8) teve pouca participação das nações que se opõem a essas medidas, o que tem gerado tensão nas negociações.

O vazamento na sexta-feira da carta da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) pode ter sido uma forma da Arábia Saudita dar um recado aos anfitriões do evento, demonstrando seu descontentamento e buscando uma maior influência nas discussões. A carta defendia que o documento final da cúpula rejeitasse propostas que mencionassem a eliminação do uso de combustíveis fósseis e, em vez disso, apoiasse a redução das emissões de carbono.

Apesar da pressão pela transição energética, a tendência é que o compromisso final tenha uma linguagem mais fraca do que a proposta inicial. Entre as opções que os negociadores apostam como caminho para convencer os países mais dependentes de petróleo a aceitarem o texto está uma proposta que sugere uma transição ou deslocamento dos investimentos, com aumento das energias renováveis ao passo em que se diminui as fontes fósseis.

A China sinaliza disposição para negociar a saída dos combustíveis fósseis, enquanto a Índia tem recusado qualquer compromisso com o abandono do seu uso. O Brasil, como presidente do Basic (que reúne também China, Índia e África do Sul), tenta encontrar uma linguagem que agrade aos indianos.

A disputa pelos objetivos de adaptação climática também tem sido intensa, com os países desenvolvidos se recusando a discutir um número como meta para o financiamento da adaptação climática. A pauta, que é urgente para os países mais vulneráveis ao clima, como as pequenas ilhas, tem sido alvo de críticas de países em desenvolvimento, que defendem o princípio das “responsabilidades diferenciadas” previsto na convenção do clima da ONU.

Diante de todas essas questões em negociação, o presidente da COP28, Sultan Al Jaber, tem afirmado que um avanço no compromisso com o abandono ou a redução dos combustíveis fósseis é uma condição para que a conferência seja percebida como um sucesso. No entanto, a definição final ainda é incerta e um novo rascunho sobre o texto é esperado para esta segunda-feira (11).

A busca por consenso e a pressão por mudanças na transição energética ainda são temas centrais das negociações finais, que definirão o desfecho da COP28 e seu impacto na luta contra as mudanças climáticas.

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