Uma nota conjunta das coordenações municipal, estadual e nacional de Defesa Civil, publicada na quinta-feira (7), também alertou sobre a extensão do perigo, apontando que a área com risco de colapso tem um diâmetro de 78 metros, três vezes o raio da mina 18, e é similar ao comprimento de uma piscina olímpica e meia.
Toda a região tem sido monitorada constantemente após um aviso de risco iminente de colapso em uma mina da Braskem. Essa situação obrigou a evacuação de um hospital e da população localizada na região sob risco, abrangendo os bairros Mutange, Pinheiro, Bebedouro e parte do Bom Parto e do Farol.
Ao redor do ponto com maior risco de colapso, os técnicos estabeleceram uma área de segurança que continua com a proibição do trânsito de pessoas.
O problema com o solo em Mutange começou em março de 2018, quando os primeiros relatos sobre os danos surgiram em meio a tremores de terra. Os abalos fizeram ceder trechos de asfalto e causaram rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais, além de outros bairros, como Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol.
Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema. Na época, a mineradora tinha 35 poços de extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica, em área urbana. Os poços estavam pressurizados e vedados, porém a instabilidade das crateras causou danos ao solo, visíveis na superfície. A exploração do minério começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa pela Braskem um dia após a divulgação do laudo pelo Serviço Geológico. A situação permanece preocupante, e as autoridades continuam vigilantes.