Segundo a carta, as pressões contra os combustíveis fósseis podem chegar a um ponto de virada com consequências irreversíveis, já que o projeto de decisão ainda contém opções de eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Os membros da Opep já possuem posições amplamente contrárias a uma linguagem forte sobre a eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Os Emirados Árabes Unidos, país anfitrião da COP28, juntamente com outros produtores de energia do Golfo, defendeu uma transição energética mais realista.
Na última semana, o Brasil aceitou um convite para ingressar na Opep+. O ingresso oficial, porém, ainda não ocorreu. A carta se referia a um rascunho do texto da COP28 em negociação, publicado pelo órgão climático da ONU, mas um rascunho diferente foi publicado nesta sexta-feira.
Espera-se que nos próximos dias os países concentrem-se na linguagem em torno dos combustíveis fósseis na esperança de alcançar um consenso antes do fim da cúpula, em 12 de dezembro. “A inclusão de algumas opções que focam na necessidade de ação para a eliminação de todos os combustíveis fósseis nesta década crítica é um passo na direção certa”, disse Nikki Reisch, diretora do programa de clima e energia do Centro de Direito Ambiental Internacional.
Por sua vez, Haitham Al Ghais, afirmou que continuaria a defender a redução de emissões, não a escolha de fontes de energia. Enquanto Li Shuo, diretor do China Climate Hub no Asia Society Policy Institute, afirmou que as novas opções estão preenchendo “o campo vazio no meio” em relação às opções extremas anteriores.
A carta de Al Ghais reflete a crescente pressão sobre as discussões em torno dos combustíveis fósseis e das emissões de carbono na COP28, com diferentes interesses globais em jogo. A contínua negociação e debate sobre o tema devem dominar as discussões nas próximas semanas.