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Mulheres Negras são Afetadas pela Falta de Oportunidades de Trabalho e Estudo, Revela Pesquisa do IBGE em 2022

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cenário para jovens de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham no Brasil é bastante desafiador, principalmente para as mulheres negras. Segundo a pesquisa, quase metade dos 2,4 milhões de jovens nessa situação são mulheres negras que gostariam de trabalhar, mas são impedidas por diversas razões, como afazeres domésticos e cuidado de pessoas.

Não apenas a falta de oportunidades de trabalho, mas também a limitação no desenvolvimento educacional é uma barreira para essas jovens. A pesquisa destacou que três em cada quatro brasileiros nessa faixa etária afirmam que os afazeres domésticos e o cuidado de pessoas os impedem de procurar emprego ou frequentar instituições de ensino.

Além disso, a realidade socioeconômica dessas mulheres negras é alarmante, já que uma a cada sete estão abaixo da linha da extrema pobreza. Vivendo com menos de R$200,00 per capita por mês, essas jovens enfrentam condições extremamente desfavoráveis.

No entanto, as mulheres brancas também enfrentam barreiras significantes para estudar ou participar ativamente no mercado de trabalho. Um de cada cinco jovens brancas de 15 a 29 anos citam o trabalho não remunerado como o principal motivo para não buscar emprego ou educação formal. A pesquisa revelou que dois em cada 100 homens negros e um em cada 100 homens brancos também são afetados por afazeres domésticos e cuidado de pessoas no que diz respeito ao trabalho e estudo.

De acordo com Denise Freire, uma das analistas da pesquisa, as mulheres, principalmente as pretas e pardas, são as mais impactadas pela falta de políticas do cuidado. Ela ressalta que a falta de acesso à rede de apoio, creches e casas de repouso as colocam em desvantagem.

Além disso, o estudo apontou que o aquecimento do mercado de trabalho após a pandemia beneficiou mais as pessoas brancas do que as pretas ou pardas. A redução de jovens que não estudam e não trabalham foi maior entre os brancos do que entre os negros, evidenciando as desigualdades raciais presentes no país.

Os analistas da pesquisa reforçaram a importância de reconhecer a centralidade da questão racial para entender as desigualdades sociais no Brasil. Segundo eles, a vulnerabilidade das mulheres negras se mantém em patamares elevados em toda a série histórica da pesquisa, indicando um problema estrutural que precisa ser enfrentado com políticas públicas eficientes.

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