Dólar sobe 0,42%, é cotado a R$ 4,9295 e acumula valorização de 1% na semana após divulgação de relatório de emprego dos EUA

O fortalecimento da moeda americana no mercado externo e o avanço das taxas dos Treasuries foram os principais fatores que influenciaram a alta do dólar hoje no mercado doméstico de câmbio. Essa valorização foi impulsionada pelo rearranjo das apostas em relação ao início do processo de corte de juros nos EUA em 2024. Apesar de relatos de entrada de fluxo para a bolsa e de internalização de recursos por exportadores, em um dia de alta firme das commodities, a moeda americana operou a maior parte da sessão com sinal positivo, mantendo-se acima do nível de R$ 4,90.

Com máxima atingindo R$ 4,9364, o dólar à vista encerrou o pregão cotado a R$ 4,9295, representando um aumento de 0,42%. Na semana, a divisa apresentou uma valorização de 1%. É importante ressaltar que a liquidez foi moderada, o que indica a ausência de alterações relevantes no posicionamento dos investidores. O dólar futuro para janeiro movimentou pouco mais de US$ 11 bilhões, sendo o principal termômetro do apetite por negócios.

O relatório de emprego (payroll) nos EUA em novembro foi um dos indicadores mais aguardados da semana. Esse relatório esfriou algumas apostas em relação ao início do corte de juros pelo Federal Reserve já em março de 2024. As expectativas foram geradas devido à geração de empregos aquém do esperado revelada pelos relatórios Jolts e ADP nesta semana. No entanto, o payroll revelou que foram geradas 199 mil vagas na economia americana no mês passado, resultado ligeiramente acima da mediana de Projeções Broadcast (198 mil). Além disso, a taxa de desemprego caiu para 3,7%, enquanto a estimativa era de estabilidade (3,9%). O salário médio por hora também avançou 0,35%, superando o previsto (0,30%).

A recomposição do dólar no exterior, juntamente com o desemprego menor nos EUA e os ganhos salariais ainda elevados, foram apontados como fatores que influenciaram a redução da probabilidade de antecipação do corte dos juros pelo Federal Reserve para março. A recomendação do economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, é que novos fluxos estrangeiros para a bolsa são insuficientes para levar a taxa de câmbio para baixo de R$ 4,80. Ele estima que o piso deverá ser de R$ 4,72.

Com base no monitoramento da plataforma da CME, as chances de corte da taxa básica americana pelo Fed já em março caíram de 64,4% ontem para 45,6% hoje, na esteira da divulgação do payroll. As atenções se voltam agora para o conteúdo do comunicado do BC americano na quarta-feira, 13, quando provavelmente será anunciada a manutenção dos Fed Funds na faixa entre 5,25% e 5,50%. Nesse mesmo dia é divulgada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve reduzir a Selic em 0,50 ponto porcentual, a 11,75%.

O índice DXY, referência do comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes, subiu e voltou a superar os 104,000 pontos. Com isso, a moeda americana recuperou parte das perdas expressivas em relação ao iene, e também subiu em comparação com a maioria das divisas emergentes e de exportadores de produtos básicos. Entre pares do real, o peso mexicano, que ontem caiu mais de 1% diante da expectativa de início de corte de juros pelo BC do México, avançou mais de 0,50% em relação ao dólar.

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