CPI das ONGs agendou votação do relatório final que pede indiciamento do presidente do ICMBio por corrupção e improbidade

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação de organizações não governamentais (ONGs) na Amazônia, conhecida como CPI das ONGs, definiu a data da votação do relatório final para terça-feira (12), às 11h. O documento foi apresentado pelo relator, senador Márcio Bittar (União-AC), e traz sugestão de seis projetos, além do pedido de indiciamento do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Oliveira Pires, por corrupção passiva e improbidade administrativa. O presidente da CPI é o senador Plínio Valério (PSDB-AM).

Segundo o relator, Mauro Pires cometeu infrações ao prestar consultoria de licenciamento ambiental por meio da empresa Canumã, da qual era sócio, enquanto era servidor público licenciado do ICMBio. Caso o relatório seja aprovado, o pedido de indiciamento será apresentado à Procuradoria da República do Distrito Federal, que poderá ou não acatar a conclusão da CPI.

O relatório apresentado aponta que organizações de preservação ambiental “instigam e patrocinam” procuradores e promotores a buscarem na Justiça a suspensão de obras que poderiam afetar o meio ambiente na Região Norte. Além disso, o documento acusa o ICMBio e o Ibama de atrasarem as construções de infraestrutura com a demora em conceder licenças ambientais.

Entre os projetos de lei propostos no relatório estão aqueles que restringem as atuações do Ministério Público que impliquem paralisação de obras estruturantes, alteram as regras de licenças ambientais, regulamentam atividades econômicas em terras indígenas e no Fundo Amazônia, além de estabelecer regras de transparência e responsabilização na prestação de contas das ONGs.

Desde que foi instalada em junho, a CPI das ONGs realizou 30 reuniões e ouviu 28 depoimentos, incluindo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; os presidentes do Ibama, Rodrigo Agostinho, e do ICMBio; os ex-ministros Ricardo Salles e Aldo Rebelo; e vários representantes de comunidades indígenas e de organizações não governamentais. Além disso, a comissão realizou cinco diligências externas, viajando aos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso e Pará, onde apurou denúncias de abusos de poder de autoridades ambientais e de forças de segurança.

Os trabalhos do colegiado atenderam a requerimento de Plínio Valério para investigar as atividades de ONGs financiadas com dinheiro público na região da Amazônia entre os anos de 2002 e 2023. Após a votação do relatório final, a expectativa é que as conclusões da CPI sejam encaminhadas às autoridades competentes para as devidas providências.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo