Vila Saem vive com medo de desastre iminente causado pela mineração da Braskem em Maceió: ‘Não temos para onde ir’

Moradores do bairro do Pinheiro, em Maceió, estão vivendo momentos de incerteza e medo devido aos efeitos da mineração da Braskem. Roseilda Lopes da Silva Ferreira, de 45 anos, residente na Vila Saem, uma comunidade do bairro, relata que sua casa tem sido afetada pelos tremores causados pela exploração de sal-gema nas minas da empresa. Ela manifesta o temor constante de um desastre iminente, já que a região é considerada de risco pelas autoridades devido ao colapso das minas.

A situação em que a comunidade se encontra é preocupante. Ao lado da casa de Roseilda, todas as residências foram evacuadas e fechadas, deixando um cenário de abandono. Ela descreve a sensação de insegurança e medo diante do cenário que se desenha. Cada tremor sentido é um alerta de que algo pior pode acontecer, levando ao aumento da destruição em sua casa, cheia de rachaduras e com o chão cedendo. A situação é ainda mais alarmante diante do fato de que a rua em frente à sua casa não foi evacuada, gerando confusão e medo entre os moradores.

O impacto para a população local é amplo e diversificado. Para o professor da Universidade Federal de Alagoas, Cícero Péricles Carvalho, as consequências vão desde o deslocamento de milhares de famílias até a queda da indústria do turismo e o impacto na atividade de pesca. A crise atual pode, inclusive, levar a uma desvalorização imobiliária e afastar investimentos na cidade como um todo.

A engenheira geóloga Regla Toujaguez La Rosa Massahud alerta para o risco de colapso em outras minas da Braskem, embora ressalte que o processo de preenchimento das minas pode ajudar a mitigar esse problema. A empresa, por sua vez, informa que as atividades para preencher a mina 18, que disparou o alerta de risco de colapso, estavam em andamento.

Enquanto as autoridades e a empresa tentam controlar a situação, os moradores como Maria Luci Trindade da Silva, de 74 anos, vivem na incerteza e no medo constante. Ela reclama da falta de informações oficiais e da sensação de desamparo diante do perigo iminente. Já Adriana José, de 39 anos, desabafa sobre a rotina de medo e a sensação de isolamento social que a família enfrenta.

A população local clama por mais informações, medidas concretas para garantir a segurança e a realocação adequada das famílias afetadas. Enquanto isso, a incerteza paira sobre a região do Pinheiro em Maceió, deixando os moradores vulneráveis e em estado de apreensão constante.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo