Venezuela prende membro da oposição por suposta traição ligada à campanha presidencial de María Corina Machado

Nesta quarta-feira (6), um membro da oposição à presidente Nicolás Maduro, na Venezuela, foi preso sob acusação de traição. As autoridades afirmaram que há mandados de prisão contra várias pessoas ligadas à campanha da candidata presidencial da oposição María Corina Machado, por crimes que incluem traição.

Um advogado do partido Vente Venezuela, de María Corina, declarou que os funcionários sempre agiram de forma correta. No entanto, a esposa de Roberto Abdul, membro da comissão que planejou as primárias em que María Corina foi eleita candidata da oposição para 2024, confirmou a prisão dele, segundo Alfredo Romero, chefe da organização não governamental Foro Penal, nas redes sociais. A Foro Penal frequentemente defende presos políticos.

Além de Abdul, outros três funcionários, Henry Alviarez, Claudia Macero e Pedro Urruchurtu, também estão com mandados de prisão por crimes como traição, conspiração e lavagem de dinheiro, de acordo com o procurador-geral Tarek Saab, que fez a declaração na televisão estatal à tarde. De acordo com Saab, essas pessoas participaram de “ações desestabilizadoras e conspiratórias” contra uma recente votação de plebiscito sobre uma disputa territorial com a Guiana.

O plebiscito, apoiado pelo governo de Nicolás Maduro, resultou no rechaço da jurisdição de um tribunal internacional sobre a disputa de longa data e no apoio à criação de um novo estado venezuelano na região de Essequibo. A consulta popular é rejeitada pela Guiana, que questionou a legitimidade da votação.

Saab também acusou as quatro pessoas e aliados no exterior de usarem “financiamento de lavagem de dinheiro por organizações internacionais e empresas estrangeiras como a Exxon Mobil” para as suas atividades, sem fornecer mais detalhes. A Exxon, que opera seu maior projeto petrolífero estrangeiro no mar da Guiana, ainda não se pronunciou sobre as alegações de Saab.

Essa prisão de um membro da oposição ressalta a tensão política na Venezuela, onde a administração de Maduro é frequentemente criticada por violações dos direitos humanos e repressão à oposição. As acusações de traição e conspiração também levantam preocupações sobre a democracia no país e a legitimidade das eleições. A situação na Venezuela continua a ser acompanhada de perto pela comunidade internacional.

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