A coligação Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) preparou mais de 200 perguntas, no entanto, o senador não era obrigado a comparecer ao depoimento nem a responder às indagações. Ao deixar o prédio da Justiça Eleitoral, Moro afirmou à imprensa que todos os gastos de campanha foram declarados e respeitaram a legislação eleitoral. Ele ainda fez questão de destacar que as acusações contra ele são um “monte de nada” e um “grande castelo de cartas que nós começamos a desmontar hoje”.
Moro enfrenta duas ações na Justiça Eleitoral, que o acusam de abuso de poder econômico, abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação na campanha ao Senado. Uma das ações é movida pelo diretório estadual do PL, com aval do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. O PL é o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Moro se aliou na campanha de 2022 contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A segunda ação é movida pela própria Federação Brasil da Esperança.
Os questionamentos dos partidos envolvem, principalmente, gastos na pré-campanha e na campanha eleitoral, como a compra de carro blindado, celular, eventos partidários e viagens. Moro ressaltou que todos os gastos foram acordados com os partidos e que a sua atuação na Operação Lava Jato e no Ministério da Justiça o colocaram como alvo de ameaças, o que justifica os gastos com segurança.
Além das ações na Justiça Eleitoral, o senador também está na mira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que irá investigar se Moro usou a magistratura com fins político-partidários e se cometeu irregularidades na gestão das multas dos acordos de delação e leniência homologados na Lava Jato.
Com base no mesmo precedente que deixou Deltan Dallagnol inelegível, o CNJ pode abrir caminho para uma possível cassação do mandato de Moro. Enquanto isso, o senador se mantém firme em sua defesa, reiterando que todos os seus atos foram de acordo com a lei e que está disposto a enfrentar todos os processos movidos contra ele.