Procuradora-geral da República defende omissão dos governos na proteção ambiental no julgamento no Supremo Tribunal Federal

A atuação da procuradora-geral da República em exercício, Elizeta Ramos, durante o julgamento de ações que questionam a política ambiental adotada no governo de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (7) trouxe à tona a defesa pela identificação da omissão dos governos estaduais, municipais e federal na proteção do meio ambiente.

No seu parecer, Elizeta reconheceu o “estado de coisas inconstitucional” na área ambiental, ressaltando o histórico de “negligência ambiental” do país e a necessidade de implementação contínua de medidas de combate às queimadas e ao desmatamento. Além disso, a procuradora-geral em exercício expressou preocupação com os índices alarmantes de desmatamento na Amazônia e no Pantanal, destacando a urgência da situação.

A manifestação de Elizeta levou à suspensão do julgamento, sem data definida para a retomada. No dia anterior (6), o STF ouviu as sustentações orais dos partidos políticos e entidades envolvidas no processo, que envolve três ações protocoladas em 2020 pelo PT, PSOL, Rede Sustentabilidade e entidades que atuam em defesa do meio ambiente.

Estas partes buscam o reconhecimento do “estado de coisas inconstitucional” na área ambiental e a implementação de medidas de proteção ao meio ambiente por parte dos governos federal, estadual e municipal, especialmente contra queimadas criminosas e desmatamento ilegal na Amazônia e no Pantanal.

O julgamento teve início em abril de 2022, quando a relatora dos processos, ministra Cármen Lúcia, votou pelo reconhecimento do estado de coisas inconstitucional em matéria ambiental, determinando que o governo federal formule um plano de execução efetivo de combate a crimes ambientais e de redução do desmatamento ilegal em terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia Legal em um prazo de 60 dias.

No entanto, um pedido de vista feito pelo ministro André Mendonça interrompeu o julgamento, que só foi retomado no dia 6 de outubro. A suspensão após a manifestação de Elizeta e a ausência de uma data para a continuidade do julgamento mostram a complexidade e a importância do tema no cenário atual, reforçando a necessidade de ações concretas para a proteção do meio ambiente.

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