Candotti, eleito quatro vezes presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) entre 1989 e 2007, é lembrado por sua atuação como líder científico no Brasil. Nos anos 1970, foi uma figura importante na oposição às políticas nucleares do governo de Ernesto Geisel.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do físico em nota, destacando o comprometimento de Candotti com o desenvolvimento científico brasileiro e a preservação do meio ambiente. Além de sua atuação no Musa, Candotti era professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) também se manifestou nas redes sociais, ressaltando o papel de Candotti como grande divulgador da ciência e sua premiação pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1998.
Nascido na Itália em 1942, Candotti veio para o Brasil em 1952, formando-se em física pela Universidade de São Paulo (USP) em 1964. Em 1974, iniciou um movimento em defesa da política científica brasileira e em projetos de divulgação científica, naturalizando-se brasileiro em 1983.
O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, elogiou o legado de Candotti, inclusive sua atuação no campo político. Outras instituições científicas brasileiras, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), também manifestaram pesar pela morte do físico e destacaram sua contribuição para o avanço da ciência no país.
A morte de Ennio Candotti representa uma perda significativa para a comunidade científica brasileira, deixando um legado para futuras gerações de pesquisadores e divulgadores da ciência.