Lula da Silva expressa preocupação com disputa territorial em Equessibo e busca apoio no Mercosul para solução pacífica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua crescente preocupação com a situação em Equessibo, território em disputa por Venezuela, Guiana e que também faz fronteira com o norte do Brasil. Durante a abertura da reunião de cúpula dos países membros do Mercosul, que ocorreu no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, Lula afirmou que a crescente tensão na região é motivo de apreensão para o Brasil e para o resto da América do Sul.

A Venezuela aprovou um referendo no último domingo, tornando a região disputada parte de seu território, e o presidente venezuelano Nicolás Maduro determinou a criação de um estado na área. Diante desse cenário, Lula fez um apelo aos países membros do Mercosul para que apoiem uma minuta acordada pelos chanceleres do bloco regional e busquem a mediação pacífica da situação.

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O presidente brasileiro também defendeu que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) sejam utilizadas no encaminhamento pacífico da questão, e colocou o Brasil à disposição para sediar reuniões entre as partes envolvidas.

Além da questão de Equessibo, a reunião de cúpula teve outros destaques. O presidente Alberto Fernández, da Argentina, participou da reunião em seu último ato como presidente, antes de ser substituído por Javier Milei, um crítico do Mercosul. Lula destacou a importância do papel desempenhado por Fernández e expressou tristeza pelo fim de sua presidência.

O presidente também celebrou a adesão da Bolívia ao Mercosul, destacando o fortalecimento da integração regional entre o Atlântico e o Pacífico. Lula também enfatizou a assinatura de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e Singapura, o primeiro acordo do tipo em 11 anos e o primeiro com um país asiático.

A expectativa para o anúncio da assinatura de um tratado de comércio entre o Mercosul e a União Europeia não foi atendida. Lula expressou sua frustração diante da oposição das lideranças europeias ao acordo, ressaltando que as resistências da Europa são grandes e criticando a visão protecionista dos países europeus.

Lula também fez apelos pela valorização dos dados sul-americanos sobre o desmatamento e a importância da questão ambiental. Ele mencionou ainda a realização da COP30 em 2025, em Belém, no Pará, e destacou a necessidade de se chegar a um acordo para a regulamentação das redes, visando garantir a liberdade de expressão e coibir práticas abusivas das grandes empresas de tecnologia.

No contexto do Mercosul, Lula ressaltou a importância do processo de integração regional, destacando o crescimento das trocas comerciais e a abrangência do bloco em termos territoriais e populacionais. A cúpula marcou também a retomada da Cúpula Social, que não acontecia presencialmente há 7 anos, e Lula ressaltou a importância da participação social na construção dos rumos da integração regional.

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