Gastos do Governo Central crescem mais que receitas, resultando em redução no saldo positivo das contas públicas em outubro

O mês de outubro terminou com um saldo positivo nas contas públicas, porém, houve uma redução de 45,4% em comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento nos gastos do Governo Central foi citado como um dos motivos para a diminuição das receitas.

De acordo com os dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (6), o setor público consolidado, que engloba União, estados, municípios e empresas estatais, registrou superávit primário de R$ 14,798 bilhões. Esse valor representou uma queda em relação ao superávit de R$ 27,095 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.

Ainda de acordo com o Banco Central, o superávit primário é o resultado positivo das contas do setor público, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Em doze meses, as contas acumularam um déficit primário de R$ 114,184 bilhões, representando 1,08% do Produto Interno Bruto (PIB).

No ano de 2022, as contas públicas terminaram com um superávit primário de R$ 125,994 bilhões, 1,27% do PIB. No entanto, em outubro deste ano, a conta do Governo Central registrou um superávit primário de R$ 19,456 bilhões, contra os R$ 30,244 bilhões registrados em outubro de 2022.

A variação negativa foi justificada pelo aumento das despesas em relação à arrecadação. A receita líquida subiu 0,6%, enquanto as despesas totais cresceram 10,1%, principalmente devido ao aumento dos gastos com o Bolsa Família e a Previdência Social.

Além disso, os governos estaduais tiveram um déficit de R$ 2,409 bilhões em outubro, uma melhora em relação ao mesmo período do ano anterior. Já os governos municipais registraram um déficit de R$ 1,443 bilhão, explicado em parte pela redução das transferências da União.

No total, os governos regionais tiveram um déficit de R$ 3,852 bilhões em outubro de 2023. Quanto aos gastos com juros, ficaram em R$ 61,947 bilhões no mês de outubro deste ano, contra R$ 41,569 bilhões em outubro de 2022.

A dívida líquida do setor público somou R$ 6,351 trilhões, correspondendo a 60% do PIB. Já a dívida bruta do governo geral alcançou R$ 7,913 trilhões ou 74,7% do PIB, sendo utilizada como um indicador internacional. Os dados são relevantes para análises econômicas e ajudam a compreender o endividamento do país.

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