Durante o surto de Zika entre 2015 e 2016, o Brasil registrou quase 2 mil casos de microcefalia em recém-nascidos, o que levou o governo federal a instituir a Semana Nacional de Conscientização sobre Microcefalia, a partir de 4 de dezembro.
A condição traz graves consequências para a vida dos bebês afetados, reduzindo significativamente a expectativa de vida, com mais de 80% das mortes ocorrendo antes do primeiro ano de idade. Além disso, a exposição ao vírus também pode resultar em abortos espontâneos e natimortos.
Os bebês afetados podem apresentar anormalidades intelectuais e cognitivas, mesmo que nasçam com cabeça de tamanho normal, o que caracteriza a chamada Síndrome Congênita do Vírus Zika.
Atualmente, não existe uma vacina disponível para prevenir a propagação do Zika, portanto, as estratégias de combate estão focadas na prevenção da proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor do vírus.
O Ministério da Saúde estabeleceu algumas medidas preventivas, como o uso de telas em janelas e portas, vestir roupas compridas, aplicar repelente, usar preservativos, não deixar água parada em recipientes, entre outras.
As gestantes devem redobrar a atenção às medidas preventivas, principalmente em períodos mais quentes e chuvosos, que favorecem a proliferação do mosquito. Além disso, devem utilizar repelentes específicos e buscar o acompanhamento médico adequado durante a gravidez.
Outro aspecto importante é o diagnóstico da Zika, que pode ser desafiador, uma vez que a maioria dos casos é assintomática. No entanto, a manifestação de sintomas como febre baixa, erupções cutâneas, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular e conjuntivite pode indicar a infecção.
A síndrome congênita do vírus Zika, que inclui a microcefalia, pode estar associada a convulsões, atrasos no desenvolvimento, deficiência intelectual, dificuldades motoras e sensoriais, entre outros problemas, exigindo acompanhamento médico contínuo e estimulação precoce.
Além disso, pesquisadores do Instituto Butantan, Instituto Adolfo Lutz, USP e UNESP identificaram fragmentos de proteína NS1 que podem ser utilizados para desenvolver um novo teste mais preciso para o diagnóstico da Zika, o que pode representar um avanço significativo na identificação da doença.
Diante dessas perspectivas, a conscientização, prevenção e investimento em pesquisas se tornam fundamentais para enfrentar o desafio representado pelo vírus da Zika e suas consequências para a saúde pública.