Mina da Braskem em Maceió tem sinais de colapso omitidos pela empresa e multa milionária imposta pelo IMA-AL

O desastre ambiental causado pelo colapso das minas da Braskem em Maceió, Alagoas, tem gerado um grande impacto na região. Apesar dos alertas sobre o colapso das minas ganharem força na semana passada, sinais de problema começaram a surgir há um mês. O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) multou a Braskem em R$ 2 milhões por descumprimento de condicionante da licença de descomissionamento das minas.

Segundo o IMA, análises detectaram a obstrução da cavidade da mina 18 no dia 7 de novembro. Entretanto, a Braskem afirmou que a afirmação do IMA é inverídica e que foram feitas comunicações imediatas aos órgãos competentes sobre as alterações captadas nos dados da rede de monitoramento, além das medidas de segurança adotadas pela companhia.

O meteorologista e coordenador do centro de monitoramento da Defesa Civil de Maceió, Hugo Carvalho, apontou que os primeiros sinais de problemas na mina 18 surgiram no dia 6 de novembro, com sismos de magnitude 1,15. A movimentação continuou e chegou ao seu ápice no dia 29, com um afundamento de 5 cm/h.

A Braskem foi multada em R$ 70 milhões pelos danos causados pelo problema na mina 18. Nesta terça-feira (5), a Defesa Civil de Maceió reduziu o nível de risco da mina 18 de “alerta máximo” para “alerta”, com monitoramento contínuo, embora a velocidade de afundamento ainda seja considerada alta. O governador de Alagoas anunciou que o governo Lula vai pagar um auxílio para pescadores e marisqueiros atingidos pelas atividades mineradoras da Braskem.

O caso, considerado o maior desastre ambiental urbano do país, teve início em março de 2018, quando foram notados os primeiros tremores de terra em bairros próximos às minas da empresa, impactando cerca de 14,5 mil imóveis. Os riscos atuais da mina 18 têm gerado preocupação e mobilizações desde então, com autoridades locais e nacionais exigindo medidas para mitigar os danos e auxiliar as vítimas. As ações da Braskem referentes ao fechamento das minas e ao monitoramento das estruturas têm sido alvo de controvérsias e acusações de negligência.

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