Plebiscito para transformar território de Essequibo em estado venezuelano é assunto interno, diz embaixadora brasileira

O plebiscito realizado no último domingo (3) na Venezuela, que aprovou a transformação do território de Essequibo, atualmente pertencente à Guiana, em um estado venezuelano, gerou repercussões e posicionamentos importantes por parte de representantes do Brasil e da União Europeia. A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixadora Gisela Padovan, afirmou que o tema é uma questão interna da Venezuela, enfatizando que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) também se pronunciou sobre a situação ao determinar que a Venezuela se abstivesse de qualquer ação com o objetivo de anexar parte do território da Guiana.

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, 10,5 milhões de eleitores participaram do referendo, com 95,93% votando a favor da incorporação oficial de Essequibo ao mapa do país e da concessão de cidadania e documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem no território.

Gisela Padovan ressaltou que o Brasil segue mantendo diálogo “em alto nível” com a Venezuela e a Guiana, e manifestou a expectativa de que a solução seja pacífica. Ela ainda destacou que o fato de a Venezuela estar suspensa do Mercosul não dificulta as conversas no sentido de articular uma solução.

Além disso, a embaixadora Declarou que não se surpreendeu com a posição contrária da França em relação ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, expressa pelo presidente Emmanuel Macron durante a COP28 em Dubai. Macron chamou o acordo de “incoerente”, “mal remendado” e “antiquado”. Gisela Padovan afirmou que as negociações avançam e que existe vontade política para concretizar o acordo, ressaltando o interesse do governo brasileiro em um acordo benéfico para os países do Mercosul.

Na Cúpula Social do Mercosul, o vice-presidente da representação brasileira no Parlasul, deputado Arlindo Chinaglia, criticou as objeções da União Europeia em relação ao acordo de livre comércio, defendendo a preferência para as empresas nacionais nas compras governamentais.

Cabe destacar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na Alemanha para uma visita de três dias, em que deve reforçar acordos em diversos setores e se reunir com o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz.

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