Ibovespa luta para manter linha dos 127 mil pontos, mas cede 1,08% em dia de realização de lucros e pressão negativa.

Nesta segunda-feira, 4, o Ibovespa enfrentou uma batalha para manter a linha dos 127 mil pontos, mas acabou cedendo após uma realização de lucros que se acumularam desde um excelente novembro, quando o índice subiu 12,54%. A primeira sessão de dezembro, na sexta-feira, registrou um aumento de 0,67%, mas nesta segunda-feira, o índice da B3 saiu de uma máxima na abertura de 128.182,88 pontos e chegou à mínima de 126.643,22 pontos à tarde. No fechamento, a perda foi de 1,08%, chegando a 126.802,79 pontos, com um volume financeiro de R$ 19,6 bilhões. No mês de dezembro, o índice cedeu 0,41% e, no ano, teve um aumento de 15,55%.

De acordo com o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, é natural esperar algum tipo de correção neste começo de dezembro, mas ainda há espaço para que seja um mês forte, assim como novembro. No entanto, o índice perdeu força devido ao mau desempenho nas commodities, como o petróleo Brent em Londres e o minério em Dalian, na China. Este movimento foi semelhante entre os principais índices do mundo. Na B3, as baixas ficaram por conta das aéreas e do varejo, que mais uma vez lideraram o campo negativo, de acordo com Alex Carvalho, analista da CM Capital.

Na ponta negativa do Ibovespa nesta segunda-feira, as maiores perdas foram de Gol (-9,19%), Magazine Luiza (-7,83%), Azul (-5,82%), Alpargatas (-5,51%) e Grupo Casas Bahia (-5,45%). O destaque positivo ficou para Engie (+1,31%), Totvs (+0,95%) e Santander Brasil (também +0,95%). O dia registrou a maior perda diária na casa de 1% desde 27 de outubro, quando o índice cedeu 1,29%.

Com a adição de prêmio de risco à curva de juros doméstica, as ações cíclicas na B3, mais sensíveis, foram afetadas, segundo Spiess, da Empiricus. No exterior, a curva de juros também mostrou volatilidade na sessão, nos vértices mais longos, em semana com uma agenda importante especialmente de dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.

A Vale ON, a ação de maior peso individual no Ibovespa, caiu 2,25%, enquanto Petrobras ON e PN encerraram o dia em baixa de 1,96% e 2,13%, respectivamente. Entre os grandes bancos, os ajustes foram mais discretos, e o fechamento se mostrou misto para as maiores instituições, com Bradesco PN em baixa (-0,74%), assim como BB (ON -0,39%). Além de Santander (Unit +0,95%), Itaú (PN +0,13%) e Bradesco ON (+0,28%) subiram nesta segunda-feira. E, mesmo com a correção desta abertura de semana, o Ibovespa permanece em níveis não vistos desde meados de 2021, ainda em patamar elevado, apesar das dúvidas que têm emergido sobre a demanda global por commodities, segmento a que a Bolsa brasileira tem grande exposição.

A pressão negativa sobre o preço do petróleo arrefeceu no início da tarde, quando as cotações tiveram um flerte com terreno positivo, mas tal movimento não se sustentou. Por um lado, há contínua preocupação sobre a demanda, mas, por outro, investidores observam também a situação geopolítica no Oriente Médio, após o ataque a um navio de guerra americano no Mar Vermelho. O grupo Hutis, do Iêmen, reivindicou a autoria, e o Pentágono acusou o Irã – grande produtor de petróleo – de permitir os ataques. O dia ainda esteve comprometido, desde a abertura, pela pressão decorrente das ações de commodities e, em parte, do setor financeiro, ambos de grande peso no índice.

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