Repórter São Paulo – SP – Brasil

Falecimento do intelectual e ativista político Nego Bispo comove autoridades e movimentos sociais no Brasil e no mundo

É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo, um grande intelectual e ativista político. Nascido em 1959 no Vale do Rio Berlengas, Bispo faleceu no último domingo em São João do Piauí, devido a uma parada cardiorrespiratória. Aos 64 anos, ele deixa uma grande contribuição para o movimento quilombola no Brasil, sendo considerado um dos maiores intelectuais quilombolas do país.

Sua importância foi destacada por entidades e autoridades federais. O presidente Lula da Silva, por meio de sua conta no antigo Twitter, lamentou a perda e ressaltou a importância de Bispo como autor de livros, poemas e artigos, além de ser um ativista social importante para as comunidades tradicionais. Ministros do governo também destacaram a importância do intelectual, ressaltando o legado inestimável que Bispo deixa para a cultura nacional.

Bispo foi o primeiro membro de sua família a ser alfabetizado, e apesar de só ter o ensino fundamental completo, ele se destacou como um grande intelectual, tendo publicado dois livros, artigos e poemas. Além disso, atuou como professor convidado da Universidade de Brasília e foi membro de importantes coordenações que representam as comunidades quilombolas do Piauí.

Além do reconhecimento de suas obras e contribuições, homenagens foram feitas por entidades que destacaram a importância de Bispo em preservar a cultura e identidade quilombola. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas ressaltaram a importância da contribuição de Bispo para a valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas.

Em nota, a Conaq lamentou a morte de Bispo, destacando que sua contribuição para a compreensão e preservação da cultura e identidade quilombola será lembrada e reverenciada por gerações. O mesmo sentimento foi expressado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que enfatizou que o legado de Bispo permanecerá inspirando um grande caminho de luta pelo reconhecimento, valorização e preservação da cultura e identidade do povo quilombola.

O velório está sendo realizado em sua casa, na comunidade quilombola Saco Curtume, em São João do Piauí, onde seu corpo será sepultado, atendendo a um pedido de Bispo. Este é um momento de grande perda para a intelectualidade e o movimento quilombola no Brasil, mas seu legado e suas ideias continuam a inspirar e iluminar o caminho daqueles que seguem a luta pela valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas.

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