Emissões de dióxido de carbono atingirão recorde em 2023, alertam cientistas durante a COP28

Recentemente, cientistas divulgaram um relatório preocupante afirmando que as emissões globais de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis estão prestes a atingir um recorde este ano. Esse aumento das emissões tem contribuído para agravar as mudanças climáticas e alimentar fenômenos climáticos extremos mais destrutivos.

De acordo com o relatório do Orçamento Global de Carbono, publicado durante a COP28 em Dubai, as emissões totais de CO2 devem se estabilizar em 2023, devido a uma pequena redução nas emissões associadas ao uso da terra, como o desmatamento. Espera-se que os países emitam um total de 36,8 bilhões de toneladas métricas de CO2 provenientes de combustíveis fósseis em 2023, um aumento de 1,1% em relação ao ano passado.

Apesar da projeção de redução nas emissões derivadas do uso da terra, o relatório aponta que a tendência de queda ainda precisa ser confirmada devido ao alto grau de incerteza. O aumento das emissões provenientes do carvão, petróleo e gás, foi impulsionado pela Índia e pela China. A Índia teve um crescimento da demanda de energia mais rápido do que a capacidade de energia renovável do país, deixando os combustíveis fósseis para suprir a lacuna. Já o aumento chinês foi causado pela reabertura da economia após os bloqueios relacionados à Covid-19.

Infelizmente, a trajetória das emissões deste ano afasta o mundo ainda mais de evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5°C acima da temperatura média dos tempos pré-industriais. O professor Pierre Friedlingstein, de Exeter, liderou a pesquisa e afirmou que parece inevitável que ultrapassemos a meta de 1,5°C do Acordo de Paris.

Os líderes presentes na COP28 terão a difícil tarefa de concordar com cortes rápidos nas emissões de combustíveis fósseis para tentar manter viva a meta de 2°C. O IPCC afirmou que as emissões mundiais devem diminuir 43% até 2030, para cumprir o limite de 1,5°C, porém, as emissões aumentaram nos últimos anos. A pandemia de Covid-19 causou uma breve interrupção nessa tendência, mas as emissões agora estão 1,4% acima dos níveis pré-Covid.

Houve, no entanto, um ponto positivo no relatório, com as emissões nos Estados Unidos e na União Europeia diminuindo, em parte, pela aposentadoria de usinas de carvão. Além disso, 26 países que representam 28% das emissões mundiais estão agora em uma tendência de queda, a maioria deles na Europa, de acordo com os pesquisadores.

Os resultados apresentados no relatório deixam claro que a questão das emissões de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis é um problema global que precisa ser enfrentado com urgência. A COP28 representa uma oportunidade crucial para os líderes mundiais tomarem medidas concretas para reduzir essas emissões e evitar os piores impactos das mudanças climáticas. É fundamental que sejam adotadas políticas eficazes e que haja cooperação global para alcançar reduções significativas nas emissões de CO2 e trabalhar em direção a um futuro mais sustentável.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo