Desastre ambiental urbano em curso atinge Maceió há 5 anos e preocupa autoridades, população e especialistas em mineração.

O Brasil enfrenta o maior desastre ambiental urbano de sua história, que já dura cinco anos. O desastre atingiu uma área equivalente a 20% do território de Maceió, capital de Alagoas, forçando cerca de 60 mil pessoas a deixarem suas casas. O marco inicial do desastre foi registrado em março de 2018, quando tremores de terra causaram rachaduras e afundamentos do solo nas ruas da cidade. Esses tremores foram causados pelas atividades de mineração da empresa Braskem no município.

No último sábado, foram registrados novos tremores diante do iminente colapso de uma das 35 minas de exploração de sal-gema da Braskem. A região está sendo monitorada devido aos novos abalos sísmicos que geraram risco iminente de colapso. Apesar disso, o Ministério de Minas e Energia afirmou que o afundamento da mina está estabilizado e que qualquer desabamento será localizado, e não generalizado.

O desastre teve início em março de 2018, quando tremores atingiram a capital alagoana, causando danos visíveis no solo e resultando em rachaduras, afundamentos e erosões em casas e prédios. O Serviço Geológico do Brasil concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica foram responsáveis pelos tremores e afundamentos do solo. A empresa suspendeu suas atividades de mineração em maio de 2019, um dia após a divulgação do laudo do Serviço Geológico.

A população que vivia nos bairros atingidos teve que deixar suas casas, e um acordo foi firmado para a indenização dos proprietários de 14,5 mil residências. No entanto, o Movimento Unificado das Vítimas da Braskem alega que a mineradora não agiu com celeridade nos pagamentos de indenizações e que muitos valores não foram justos.

Nas últimas semanas, a situação se agravou, com a Defesa Civil emitindo alertas sobre o risco iminente de colapso de uma das minas. A prefeitura de Maceió decretou estado de emergência e medidas de emergência estão sendo adotadas, incluindo o preparo de abrigos para as famílias e distribuição de cestas básicas.

A instabilidade do solo de Maceió ainda preocupa, e não está descartada a possibilidade de novos tremores e afundamentos no futuro. Especialistas apontam que a atividade de mineração deixou um rastro de impactos geológicos e ambientais que ainda estão em curso, e que a região afetada dificilmente será utilizada no futuro devido à gravidade da situação. Enquanto isso, a população aguarda a estabilização definitiva do solo e a resolução dos impactos causados por esse desastre sem precedentes.

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