A empresa tem como principais acionistas a Petrobras e a Novonor (ex-Odebrecht), que tenta há anos vender parte de suas ações para se recuperar da crise vivida após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Recentemente, a empresa recebeu uma proposta de cerca de R$ 10 bilhões da Adnoc, dos Emirados Árabes Unidos. Segundo a BBC, o negócio seria discutido durante a COP28 com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que negou qualquer conversa sobre o assunto.
Fundada em 2002, a Braskem ganhou o status de gigante global em 2010, a partir da incorporação de ativos petroquímicos da Petrobras e do grupo Ultra. A companhia intensificou sua expansão, com unidades industriais nos Estados Unidos, no México e na Alemanha, além de escritórios em vários países.
No entanto, a empresa enfrenta graves problemas ambientais em Maceió, fruto da exploração de sal-gema e alagoou parte da cidade. Desde então, a Braskem tem fechado acordos de reparação e indenização de atingidos, somando R$ 5,6 bilhões em provisões para gastos com essas rubricas. A empresa ainda é alvo de diversas ações judiciais sobre o tema, além de outras ações individuais por reparação, com a possibilidade de perdas de R$ 6 bilhões em processos judiciais.
Apesar dos esforços da empresa para lidar com os impactos do desastre, as incertezas em relação aos gastos futuros com a reparação dos danos tem dificultado o processo de venda das ações da Novonor na companhia. A Petrobras, dona de 36,1% do capital total da empresa, tem preferência sobre qualquer proposta pelo controle, mas afirma que ainda não tomou nenhuma decisão. Com isso, a Braskem continua enfrentando desafios financeiros e judiciais decorrentes do desastre em Maceió.