Professora de matemática presa por engano no Rio de Janeiro tenta superar o trauma da injustiça após oito dias na cadeia.

Professora de matemática passa oitos dias injustamente na cadeia no Rio de Janeiro

Uma professora de matemática de 23 anos passou oito dias na cadeia feminina de Benfica, zona norte do Rio de Janeiro, após ser presa por um crime que não cometeu. Samara Araújo, natural de Rio Bonito, voltou para casa nesta sexta-feira (1º), ao lado do filho e do noivo, ainda abalada com a situação. Ela foi presa sob suspeita de participar de um crime de extorsão ocorrido na Paraíba em 2010, porém, as autoridades se esqueceram de considerar que Samara tinha apenas dez anos de idade na época do ocorrido.

Após a intervenção de um advogado de defesa, a família conseguiu provar o equívoco à Justiça da Paraíba, e a prisão foi revogada no último dia 28. O juiz substituto Rosio Lima de Melo, da 6ª Vara Mista da cidade de Sousa, reconheceu o erro e decidiu expedir o alvará de soltura de Samara, destacando a falha na acusação que omitiu a informação da data de nascimento da acusada.

De acordo com a defesa de Samara, o CPF dela foi roubado e utilizado por criminosos para abrir contas bancárias, sendo incluída na investigação e denunciada pelo Ministério Público da Paraíba, resultando em sua prisão preventiva em fevereiro deste ano. A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que apenas cumpriu o mandado de prisão expedido pela Justiça da Paraíba, a pedido das autoridades locais.

A jovem dá aulas em uma escola particular de Rio Bonito e compartilha sua rotina de estudos e dicas sobre matemática nas redes sociais. Mesmo após o ocorrido, Samara afirmou que prefere não esquecer o que passou, alegando que estaria ignorando a dor das outras pessoas que conheceu na prisão. Ela dividiu a cela com outras 21 mulheres e afirmou que seu pai dormiu na porta da penitenciária todos os dias, dentro do carro, até que ela fosse liberada.

Apesar do trauma, Samara afirma que tem o desejo de seguir em frente, mas não pode esquecer as pessoas que conheceu e suas dores. A prisão injusta deixou marcas na vida da professora, mas ela busca superar a situação e seguir com sua vida e carreira. Seu caso levanta o debate sobre os possíveis equívocos judiciais que podem prejudicar a vida de pessoas inocentes.

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