Pesquisa inédita revela que 7 em cada 10 brasileiros vivenciaram eventos extremos ligados às mudanças climáticas, aponta estudo do Ipec e Instituto Pólis.

Recentemente, uma pesquisa inédita realizada pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) a pedido do Instituto Pólis trouxe à tona informações preocupantes sobre os impactos das mudanças climáticas na população brasileira. Com dados coletados entre os dias 22 e 26 de julho deste ano, o levantamento revelou que 7 em cada 10 brasileiros já vivenciaram ao menos um evento extremo ligado às mudanças climáticas.

Entre os episódios mais citados pelos entrevistados estão chuvas intensas, seca e escassez de água, alagamentos, inundações e enchentes, temperaturas extremas, apagões, ciclones e tempestades de vento, e queimadas e incêndios. A pesquisa ouviu 2.000 pessoas com 16 anos ou mais, e os resultados possuem uma margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e um índice de confiança de 95%.

De acordo com a pesquisa, as temperaturas extremas —seja muito frio ou muito calor— foram as ocorrências mais associadas pela população (44%) à crise climática. Porém, a falta de água e a seca são os eventos que mais preocupam, apontados por 34% dos respondentes. Também foram citados preocupações em relação a alagamento, inundação e enchente (23%), incêndios e queimadas (18%) e chuva forte (17%).

Além disso, a pesquisa revelou que as preocupações variam de acordo com a classe e a cor dos entrevistados. Alagamentos, inundações e enchentes preocupam mais as classes D e E, sendo indicadas por 25% dos entrevistados desses segmentos, do que as classes A e B (19%). A população negra, por sua vez, apresenta maior preocupação (25%) em relação a essas mesmas ocorrências do que a população branca (21%).

Os resultados apontam também para a preferência da população brasileira pelo investimento em fontes renováveis de energia para combater as mudanças climáticas. A pesquisa revela que 84% dos entrevistados se preocupam com o futuro e apoiam o investimento nessas modalidades. Por outro lado, os entrevistados afirmam que o petróleo, o carvão mineral e o gás fóssil são as categorias que mais contribuem para o agravamento das mudanças climáticas.

O diretor-executivo do Instituto Pólis, Henrique Frota, destaca que a pesquisa indica uma tendência de custo político cada vez mais elevado se o caminho das decisões governamentais continuar sendo no investimento de fontes não renováveis. Os números mostram que os brasileiros querem investimento prioritário em fontes renováveis e entendem essa decisão como fundamental para o combate às mudanças climáticas, afirma Frota.

Portanto, os resultados da pesquisa realizada pelo IPEC trazem à tona a importância de políticas e investimentos públicos que priorizem a sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas, atendendo às demandas e preocupações da população brasileira.

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