Erika Hilton critica decisão do governo Lula de manter campo ‘sexo’ na carteira de identidade nacional

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) criticou duramente a decisão do governo Lula de manter na nova carteira de identidade nacional o campo “sexo” e a distinção entre nome social e nome de registro. Para a deputada, essa atitude é inadmissível e confronta a decisão do Supremo Tribunal Federal de 2018, que garante o direito à identidade e ao nome escolhido.

Segundo a deputada, a manutenção dessas informações, em contraste com a proposta inicial de tornar o documento mais inclusivo e representativo, é um retrocesso. Erika Hilton encaminhou um ofício aos ministros Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e Silvio Almeida (Direitos Humanos) solicitando a revisão do decreto que trata da nova carteira de identidade nacional.

A parlamentar argumenta que a manutenção do campo “sexo” restringe a definição a masculino ou feminino, discriminando pessoas que não se identificam com essas categorias binárias. Além disso, a presença da distinção entre nome de registro e social nos documentos de pessoas trans e travestis é algo constrangedor e que reforça a discriminação enfrentada pela comunidade LGBTQIA+.

Outros políticos também se manifestaram sobre a decisão do governo. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) considerou o recuo do governo Lula uma “péssima surpresa” e o líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), afirmou que é necessário investigar os motivos que levaram a gestão a manter essas informações no documento.

Porém, a pasta do Ministério da Gestão, comandado por Esther Dweck, não explicou os motivos que levaram ao recuo e à manutenção do modelo original da carteira de identidade nacional. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que o recuo do governo Lula foi acertado por questões de segurança e identificação, alegando que o modelo proposto poderia colocar em risco o sistema de identificação.

Em contrapartida, Erika Hilton e outros políticos acreditam que a manutenção do modelo original está mais ligada a questões de segurança do que a questões ideológicas. Ainda assim, o debate sobre a inclusão e representatividade na nova carteira de identidade nacional continua gerando polêmica e discussões entre os políticos e a comunidade LGBTQIA+. A luta pela garantia dos direitos fundamentais e pela dignidade humana permanece como uma pauta central para diversos setores da sociedade.

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