A participação do Brasil na proposta já havia sido anunciada pelo governo antes da cúpula. As metas reveladas correspondem às recomendações da AIE (Agência Internacional de Energia) para que o mundo mantenha o aquecimento global médio próximo de 1,5°C. No entanto, a carta assinada pelos países não contempla a eliminação de novos investimentos em combustíveis fósseis, apesar de reconhecer a necessidade de zerar combustíveis fósseis não compensados até 2050.
A iniciativa recebeu elogios da diretora de políticas públicas do Conselho Global de Energia Eólica, Joyce Lee, que enfatizou o avanço em relação aos vagos compromissos de carbono zero no futuro, destacando também o reconhecimento da energia nuclear como uma tecnologia disponível para a descarbonização do setor energético.
Em relação às petroleiras, um grupo de 50 empresas, incluindo a Petrobras, assinou a Carta de Descarbonização do Petróleo e Gás, comprometendo-se a aumentar o investimento em energias renováveis, porém sem estabelecer objetivos quantificáveis. Segundo a AIE, as empresas do setor mantêm apenas 2,5% dos seus investimentos em renováveis, um número que precisaria chegar a 50% até 2030 para se alinhar aos objetivos do Acordo de Paris.
Além disso, o pacote de promessas inclui a Declaração de Intenção do Hidrogênio, defendendo um padrão de certificação global para o hidrogênio de baixo carbono, e uma carta reunindo 52 países que prevê reduzir, até 2050, 68% das emissões de sistemas de refrigeração, principalmente ligadas ao uso de ar-condicionado.
Essas promessas, apesar de receberem elogios, também foram objeto de análises críticas. Um grupo afirma que parte das promessas já foram feitas em anos anteriores e que as empresas signatárias não se comprometem a reduzir as atividades de petróleo e gás no âmbito do Acordo de Paris.
O anúncio desse conjunto de promessas é um marco importante nas negociações sobre mudanças climáticas e energias renováveis, e sinaliza um compromisso internacional em busca de um futuro mais sustentável.