Personalidades negras de destaque serão homenageadas com estátuas em São Paulo em projeto de valorização da cultura afro-brasileira.

Cinco personalidades negras de destaque serão homenageadas com estátuas na cidade de São Paulo. Elza Soares, Lélia Gonzalez, Mãe Sylvia de Oxalá, Chaguinhas e Milton Santos foram escolhidos através de uma consulta pública realizada pela prefeitura em novembro, onde a população teve a oportunidade de sugerir nomes para receber a homenagem.

De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, as estátuas serão feitas e instaladas ao longo de 2024, porém os locais onde serão colocadas ainda não foram definidos. Este projeto faz parte de uma iniciativa da prefeitura de homenagear personalidades negras, pois, de acordo com um levantamento, das 390 estátuas no acervo de obras públicas da cidade, apenas 10 retratavam ou faziam menção à personalidades negras.

Além disso, a prefeitura inaugurou cinco novas estátuas em 2021 e 2022, homenageando Adhemar Ferreira da Silva, Carolina Maria de Jesus, Deolinda Madre, Geraldo Filme e Itamar Assumpção. A secretária de cultura, Aline Torres, afirmou que “ao incluir no patrimônio da cidade estátuas de personalidades negras, o objetivo não é só homenagear essas pessoas que tiveram grande relevância para a construção da cidade e do fortalecimento da comunidade negra, mas também contar outra versão da história”.

As personalidades que serão homenageadas são muito importantes para a cultura brasileira. Elza Soares, cantora e compositora, foi eleita em 1999 a “voz do milênio” em uma votação da rádio BBC de Londres. Já Lélia Gonzalez foi uma intelectual e militante expoente do feminismo negro, denunciando o “mito da democracia racial” e participando da fundação do Movimento Negro Unificado durante a ditadura militar. Mãe Sylvia de Oxalá foi uma importante liderança religiosa, cultural e política, responsável pelo primeiro espaço de Candomblé tombado como patrimônio histórico e cultural de São Paulo. Chaguinhas, por sua vez, foi um Cabo do Primeiro Batalhão de Santos e foi sentenciado à morte em 1821, após participar de uma revolta que reivindicava soldos atrasados. Por fim, Milton Santos, geógrafo e professor universitário baiano, foi um dos grandes pensadores brasileiros do século 20.

Essa iniciativa da prefeitura de São Paulo busca valorizar e reconhecer a importância desses nomes para a cultura e história do país, além de ampliar a representação de personalidades negras no patrimônio histórico da cidade. Espera-se que essas estátuas contribuam para contar uma história mais plural e inclusiva da cidade de São Paulo.

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