O documento, que é resultado do Sexto Relatório de Avaliação do IPCC (AR6), traz um resumo do conhecimento científico sobre a mudança do clima, impactos e riscos generalizados, possibilidades de mitigação e de adaptação.
Segundo a apresentação do relatório feita pelo Secretário-Geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, e pela secretária-geral adjunta das Nações Unidas e Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, o uso insustentável e desigual de energia e da terra, bem como mais de um século de queima de combustíveis fósseis, tem causado o aquecimento global. A temperatura da superfície global atingiu 1,1°C a mais que no período de 1850–1900 em 2011–2020.
O relatório apresenta a previsão de que a temperatura global aumentará em 1,5°C na primeira metade da próxima década e que será muito difícil controlar o aumento da temperatura dentro de 2°C até o final do século XXI. Além disso, destaca que a limitação do aquecimento global exige zerar as emissões de gás carbônico (CO2) emitido na queima de combustíveis fósseis e biomassa.
A tradução do documento foi uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em conjunto com o Pacto Global da ONU no Brasil, e tem como objetivo ampliar a difusão de informações científicas sobre mudança do clima para toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que inclui países como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal e outros.
A ministra Luciana Santos, do MCTI, ressaltou que a elaboração do Relatório Síntese contou com a contribuição de diversos cientistas brasileiros nos grupos de trabalho e no processo de elaboração dos relatórios. Este é o quinto documento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas traduzido pelo MCTI e pelo Pacto Global da ONU no Brasil.
Apesar da articulação da CPLP, que foi criada em 1996 com o propósito de intensificar as relações entre os países falantes do português e promover o desenvolvimento sustentável, os países não formam um bloco de negociação na COP28. A comunidade tem como um dos objetivos o incentivo à cooperação para a proteção e preservação do meio ambiente nos Estados Membros.