Advogado Felipe Hotta procura representantes da Braskem na COP28, em Dubai, para discutir responsabilidade da empresa em desabamento em Maceió.

Advogado e ativista climático, Felipe Hotta passou o sábado na COP28, em Dubai, a procura de representantes da Braskem. Segundo ele, a empresa não possui uma agenda sustentável. O advogado é um dos sócios brasileiros do escritório Thomas Goodhead, que é responsável por defender afetados pela empresa e mineradoras Vale e BHP em Londres. A empresa teve a atividade sísmica de uma mina no bairro do Mutange, em Maceió, identificada pelos órgãos públicos. A Defesa Civil de Maceió registrou na madrugada deste sábado um novo tremor de terra de magnitude 0,89, o que mantém o risco iminente do colapso da mina 18 da Braskem. O advogado considera insuficientes os valores de indenização pagos até o momento pela empresa. Até o momento, mais de 60 mil famílias de cinco bairros foram realocadas para outros pontos da cidade. No caso de Maceió, não houve mortes há cinco anos, quando milhares de famílias ficaram sem casa. Segundo ele, se o caso atual produzir novas vítimas, elas serão incorporadas ao processo já em andamento. O diretor do escritório Thomas Goodhead conversou com a Folha no último sábado e declarou: “O caso de Maceió é um exemplo da enorme responsabilidade da Braskem, que permite que dezenas de milhares de pessoas tenham as vidas devastadas e não formaliza o impacto que exerce nessas vidas”. A Defesa Civil permanece em alerta máximo. Desde 2018, mais de 60 mil famílias de cinco bairros —Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol— foram realocadas para outros pontos da cidade. A Braskem é uma empresa brasileira cuja mineração de sal-gema no subsolo de Maceió causou um afundamento em 2018 e agora pode causar um desabamento. A Braskem é uma das empresas brasileiras cuja participação na COP28 está prevista. Mais do que um observador da COP, como consta em seu crachá, Hotta é um dos sócios brasileiros do escritório de advocacia Thomas Goodhead, justamente o escritório responsável por defender 10 mil afetados nos primeiros sinais de afundamento de Maceió, em 2018. A audiência de mérito, que deve analisar a responsabilidade da empresa brasileira no caso de 2018, está marcada para 15 de fevereiro do ano que vem, em Roterdã. A mineradora falará sobre “O papel da indústria na economia circular de carbono neutro” na próxima sexta-feira (8), entre 10h30 e 11h45. Já na segunda-feira seguinte (11), das 13h30 às 14h45, o tema será “Impactos da mudança do clima e a necessidade de adaptação da indústria”.

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