Projeto valoriza a herança ancestral do povo negro com instalação de placas em lugares de memória dos africanos escravizados.

Projeto busca valorizar a herança ancestral do povo negro através do reconhecimento e sinalização de lugares de memória dos africanos escravizados no Brasil. O lançamento do projeto aconteceu no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, localizado no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, durante as comemorações do mês da Consciência Negra.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, ressaltou a importância de reconstruir o Brasil com a capacidade de construir políticas de memórias. Segundo ele, a memória é um processo político em que forjamos nossas identidades individuais e coletivas. Uma das ações do projeto inclui a instalação de placas em cem lugares que marcaram a história das pessoas escravizadas, como igrejas, praças, terreiros de candomblé e quilombos. No total, 66 municípios de 16 estados serão contemplados, com locais listados pelo programa Rotas dos Escravizados da Unesco.

O Cais do Valongo, onde o projeto foi iniciado, foi o maior porto de desembarque de africanos escravizados nas Américas e recebeu cerca de 1 milhão de africanos. Descoberto em 2011 durante escavações para as obras do Porto Maravilha, o local foi reconhecido como patrimônio cultural mundial pela Unesco. Silvio Almeida afirmou que é a partir desse reconhecimento que podem seguir as políticas de não repetição da escravidão.

Além da sinalização dos lugares de memória, o projeto prevê a criação de material pedagógico para o ensino de história afro-brasileira e indígena nas escolas, em cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que prevê a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ressaltou que o projeto resgata e valoriza a contribuição de negras e negros na construção do Brasil, reconhecendo a importância de contar a história que a história não conta.

Fernanda Thomaz, responsável pelo projeto, acredita que a iniciativa é uma forma de valorização da cultura negra e da história do país, descortinando a memória que foi apagada e silenciada. A expectativa é que o projeto ajude a recontar a história do Brasil, reconhecendo a importância da contribuição negra e a luta contra a invisibilidade dessa história no país.

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