Metalúrgicos da GM de São José dos Campos aprovam Programa de Demissão Voluntária com meta de 830 trabalhadoresTOCOLPDEGOJCMPMJUOAISJCAGM

Os metalúrgicos da fábrica da General Motors de São José dos Campos aprovaram a abertura de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) em assembleia realizada hoje (1º). Durante a reunião foi discutida e avaliada a proposta do programa, que é resultado de uma rodada de negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

O PDV é destinado a todos os trabalhadores que estão operando regularmente na fábrica ou que estão em licença remunerada. A meta estabelecida é que 830 trabalhadores adiram ao programa voluntariamente. Segundo as informações divulgadas, os funcionários têm até o dia 12 de dezembro para aderir ao PDV. Aqueles que optarem por não aderir terão estabilidade no emprego até 31 de maio de 2024.

A proposta da empresa estabelece que os trabalhadores com um a seis anos de fábrica recebam seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico por três meses ou R$ 6 mil. Já os trabalhadores com sete anos ou mais de fábrica receberão cinco meses de salário, um carro Onix Hatch LS ou R$ 85 mil, e plano médico por seis meses ou R$ 12 mil.

Outro ponto da proposta é que, para cada trabalhador ativo que aderir ao PDV, haverá o retorno de outro trabalhador que esteja em licença remunerada. Além disso, os dias parados durante a greve realizada anteriormente devem ser compensados em 50% até 30 de junho de 2024, de acordo com a necessidade de produção.

A fábrica de São José dos Campos conta com aproximadamente 4 mil trabalhadores e é responsável pela produção dos modelos S10 e Trailblazer. Vale ressaltar que o PDV é uma alternativa às demissões feitas em outubro pela GM, que foram canceladas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região e pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) em decisão no final de outubro.

Na ocasião, a Justiça determinou, em caráter liminar, a reintegração de 839 trabalhadores da fábrica, sob pena de multa diária de R$ 1.000 por trabalhador dispensado ou não reintegrado. As demissões ocorreram no dia 21 de outubro, também nas fábricas da montadora em São Caetano do Sul e em Mogi das Cruzes. Em resposta, os empregados entraram em greve por 17 dias até que todos voltassem aos postos.

De acordo com o sindicato, a GM demitiu 1.245 funcionários nas plantas paulistas, sendo 839 em São José dos Campos, 300 em São Caetano e 105 em Mogi das Cruzes. Apesar da aprovação do PDV, o sindicato ressalta que é contrário a qualquer fechamento de postos de trabalho, mas destaca que o programa já era uma pauta da entidade como alternativa às demissões arbitrárias que chegaram a ser feitas pela GM.

O secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida, afirmou que o PDV não encerra a luta em defesa dos empregos e que a entidade estará atenta a qualquer movimentação da empresa no sentido de realizar novos cortes. Em sua justificativa para as demissões realizadas anteriormente, a GM alegou que a queda nas vendas e exportações levou a empresa a “adequar seu quadro de empregados”. A empresa ressaltou que a medida foi tomada após tentativas de lay-off, férias coletivas, days off e propostas de desligamento voluntário.

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