Governos e empresas se unem para mobilizar bilhões em recursos climáticos na COP28 da ONU em Dubai

Os Emirados Árabes Unidos têm se destacado como um ponto central de liderança nas negociações da ONU sobre mudanças climáticas, a COP28, em Dubai. Nesta sexta-feira (1º), governos, bancos de desenvolvimento e empresas anunciaram iniciativas para mobilizar bilhões em recursos climáticos, com o objetivo de ajudar a financiar a transição energética para se afastar dos combustíveis fósseis e lidar com o impacto das mudanças climáticas.

Segundo a organização Climate Policy Initiative, estima-se que países em desenvolvimento precisarão de cerca de US$ 2,4 trilhões em financiamento climático por ano até 2030. Para tentar superar o impasse na questão do financiamento, os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da COP28, anunciaram a iniciativa Altérra, com o objetivo de mobilizar US$ 250 bilhões em investimentos até o final da década.

Apesar disso, é importante destacar a ligação direta do presidente da COP28, Sultan Ahmed Al-Jaber, com a indústria dos combustíveis fósseis, sendo presidente da Adnoc – uma gigante petrolífera estatal dos Emirados Árabes Unidos. Além disso, reportagens mostram que o país anfitrião planejava fazer acordos relacionados a combustíveis fósseis com 15 nações, incluindo o Brasil.

O Banco Mundial também se comprometeu a aumentar a quantidade que gasta anualmente em projetos relacionados ao clima para 45% de seu financiamento de 2024 a 2025. Além disso, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, apoiou esforços para reformar o sistema de bancos multilaterais de desenvolvimento do mundo, a fim de alavancar mais financiamento privado a custos razoáveis.

No entanto, relatórios apontam que o financiamento climático anual médio atingiu quase US$ 1,3 trilhão em 2021-22, mas apenas cerca de US$ 30 bilhões, ou 2%, foram destinados para países em desenvolvimento. O Grupo Independente de Especialistas de Alto Nível sobre Financiamento Climático também afirmou que o investimento era insuficiente e que grande parte estava sendo mal direcionado.

Para ajudar a canalizar o apoio às instituições financeiras de mercados emergentes, o Banco Mundial e outros credores multilaterais lançaram a Coalizão Global de Desenvolvimento de Capacidades. O objetivo é garantir que o financiamento climático não seja desperdiçado em projetos falsos.

Além disso, a Fundação Gates e os Emirados Árabes Unidos se comprometeram juntos com US$ 200 milhões para apoiar pequenos agricultores na África e na África do Sul. O Bezos Earth Fund, entre outros doadores líderes focados no clima, lançou a plataforma de investimento Allied Climate Partners, com o objetivo de gerar US$ 11 bilhões em investimentos em países em desenvolvimento.

Por fim, o Banco Mundial planeja ter um fundo para compensar países vulneráveis atingidos por eventos climáticos extremos em funcionamento em apenas três meses, motivando esperança na luta contra as mudanças climáticas e na preservação do meio ambiente.

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