A consultoria especializada em educação, Grupo Rabbit, fez uma estimativa em consulta a 800 colégios de educação básica e identificou essa tendência de reajuste. Um levantamento realizado pela Folha com escolas da capital paulista também constatou aumentos entre 8% e 12%.
Esse será o segundo ano consecutivo em que o setor privado define um aumento acima da inflação, após ter contido os reajustes durante a pandemia com receio de perder alunos. No ano passado, o reajuste médio para 2023 foi de 10,9%.
O diretor do Grupo Rabbit, Christian Rocha, justifica que o reajuste busca equilibrar a saúde financeira das unidades de ensino após as perdas da pandemia, onde 70% dos colégios acumularam dívidas, em sua maioria pelo não pagamento de tributos ao governo.
Rocha ressalta que apesar do reajuste acima da inflação, muitas escolas ainda calculam que o valor não será suficiente para quitar as dívidas acumuladas. Além disso, a maioria das escolas não planejou grandes investimentos em tecnologia e novos recursos educacionais para o próximo ano, exatamente para evitar um reajuste maior.
O avanço de grandes grupos educacionais na educação básica também tem prejudicado escolas menores e com administração familiar, que enfrentam dificuldade de concorrer com valores mais baixos praticados por esses grupos.
Pela lei, as escolas só podem reajustar as mensalidades uma vez ao ano, e o percentual deve ser informado às famílias com um prazo mínimo de 45 dias antes da data final para a matrícula. O Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) estima que o aumento no estado deve ficar em torno de 9%.
Com base nas estimativas do setor, o reajuste das mensalidades se torna uma preocupação para as famílias e também para as escolas, que buscam equilibrar suas finanças em um cenário econômico adverso.