De acordo com testemunhas, a situação teve início após o homem supostamente assediar uma mulher na rua. A Polícia Militar alegou que a abordagem ocorreu durante a detenção de um suspeito de importunação sexual e que o indivíduo foi conduzido à Delegacia de Defesa da Mulher, onde a ocorrência seria registrada.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) se pronunciou afirmando que todas as circunstâncias relativas ao ocorrido estão sendo apuradas e que as imagens já estão sob análise. Além disso, a Ouvidoria da Polícia tomou conhecimento do caso por meio de vídeos e fotos, comunicando a Corregedoria e solicitando uma investigação.
O jornalista Pedro Madeira, da Mídia Ninja, registrou um vídeo da cena, mostrando o homem deitado no chão, com as mãos e os pés amarrados, enquanto ocorria uma discussão entre mulheres, com acusações de ofensas racistas.
A polêmica envolvendo a amarração de suspeitos pela Polícia Militar de São Paulo não é inédita. Em setembro, um juiz determinou que a PM deixasse de fazer abordagens ilícitas utilizando cordas, arames, fios, grilhões ou instrumentos semelhantes para conter pessoas detidas. A decisão surgiu após uma ação civil pública que pedia reparação pelos métodos utilizados na prisão de um homem negro acusado de roubo, que teve as mãos e os pés amarrados após ser detido em um supermercado na Vila Mariana.
A ocorrência na rua Santo Amaro, portanto, levanta novamente o debate sobre o uso da força policial e a maneira como suspeitos são detidos e abordados. A repercussão do caso e a indignação das testemunhas evidenciam a necessidade de uma reflexão e de medidas para garantir o respeito aos direitos individuais e a integridade dos cidadãos durante a atuação das forças de segurança.
