Ministro afirma que políticas de memória são essenciais para reconstruir o Brasil

Projeto busca reconhecer locais de memória da escravidão africana no Brasil

No lançamento do projeto Sinalização e Reconhecimento de Lugares de Memória dos Africanos Escravizados, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Sílvio Almeida, ressaltou a importância de políticas de memórias para a reconstrução e reinvenção do Brasil. O evento ocorreu no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, e teve como objetivo dar visibilidade à história da matriz africana e reconhecer locais que foram palco de resistência e sofrimento para os escravizados.

O projeto busca instalar placas em diversos locais, como portos, igrejas, praças e terreiros de candomblé, que foram importantes na história da escravidão. O reconhecimento desses lugares é fundamental para manter viva a memória do que ocorreu durante a escravidão e para reforçar a luta para que tais fatos não se repitam.

Almeida destacou que a memória é uma arma de luta e que reconhecer lugares de memória dos africanos escravizados no Brasil é essencial para impulsionar políticas de não repetição da escravidão. Ele ressaltou a importância de buscar a verdade, justiça e reparação como forma de garantir que o passado não se repita.

O Cais do Valongo, onde ocorreu o lançamento do projeto, é um patrimônio cultural mundial reconhecido pela Unesco e desempenhou um papel crucial no desembarque de africanos escravizados no Brasil. Sílvio Almeida destacou a importância econômica da escravidão na formação do país e contestou a ideia de que a discussão sobre a escravidão e reparação seja apenas uma questão cultural, ressaltando a necessidade de incluir a economia nesse debate.

O projeto também prevê a disseminação de materiais pedagógicos para o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Além disso, o projeto é uma parceria entre os ministérios dos Direitos Humanos, da Igualdade Racial, da Educação e da Cultura, com o apoio da Unesco e da Universidade Federal Fluminense.

Durante a solenidade, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a importância do projeto para recuperar a história do Brasil e dar visibilidade à contribuição dos negros na construção da nação. O evento encerrou as comemorações do mês da Consciência Negra e reafirmou o compromisso de contar a história que a história não conta, resgatando a memória e buscando a reparação das injustiças sofridas pelos escravizados.

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