Presidente da COP28 nega uso do evento para facilitar venda de gás e petróleo provenientes de empresa que preside.

O presidente da COP28, Sultan al-Jaber, negou veementemente as acusações de que estaria utilizando o evento de combate ao aquecimento global para facilitar a venda de gás e petróleo provenientes da empresa que preside, a estatal Adnoc (Abu Dhabi National Oil Company). Durante um encontro com a imprensa internacional em Dubai, Al-Jaber afirmou que as acusações são falsas, incorretas e uma tentativa de minar o trabalho da presidência da COP28.

As acusações vieram à tona após a publicação de uma reportagem pela BBC e pelo Center for Climate Reporting (CCR), expondo documentos que sugerem que a Adnoc estaria pronta para negociar acordos de combustíveis fósseis com 15 países, incluindo o Brasil. Os documentos indicam que a Adnoc estaria interessada em apoiar a Colômbia na exploração de combustíveis fósseis, associar-se à China para explorar gás em Moçambique, Canadá e Austrália, e fazer uma oferta para adquirir parte da Braskem, a maior empresa petroquímica da América Latina.

No entanto, em um evento em Brasília, a ex-ministra Marina Silva negou ter sido abordada pela presidência da COP sobre o tema e questionou o motivo de uma possível oferta da Adnoc, afirmando que não teria qualquer controle sobre o assunto. O presidente da COP28, por sua vez, afirmou que o país-sede da COP28 não precisaria utilizar o evento para estabelecer negócios ou relacionamentos comerciais.

A COP28, que tem início oficial nesta quinta-feira (30) e vai até o dia 12 de dezembro, tem como objetivo encontrar soluções para limitar o aumento da temperatura global a longo prazo a 1,5°C, meta estabelecida pelo Acordo de Paris. A presença de 167 líderes mundiais é esperada, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem eventos programados nos dias 1º e 2 de dezembro.

A expectativa é que a COP28 traga avanços significativos na redução das emissões de gases com efeito de estufa, uma medida considerada crucial para evitar os piores impactos das alterações climáticas. No entanto, as acusações de que o presidente da COP28 estaria utilizando o evento para facilitar negociações comerciais envolvendo combustíveis fósseis geraram controvérsia e preocupação entre os participantes do evento. A COP28 será um teste crucial para as negociações climáticas globais e para a busca de soluções efetivas para a crise climática em curso.

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