No mercado externo, a alta do dólar influenciou o endividamento do governo, contribuindo para o aumento da Dívida Pública Federal externa (DPFe) em 1,05%, passando de R$ 241,78 bilhões em setembro para R$ 244,32 bilhões em outubro.
No que diz respeito à Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), houve um aumento de 1,6%, passando de R$ 5,834 trilhões em setembro para R$ 5,928 trilhões em outubro. Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a Taxa Selic em 12,25% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.
Quanto ao colchão da dívida pública, este subiu pelo segundo mês consecutivo, passando de R$ 810,31 bilhões em setembro para R$ 815,6 bilhões em outubro. Atualmente, o colchão cobre 8,7 meses de vencimentos da dívida pública.
A composição da DPF foi impactada pela emissão de títulos vinculados à Selic, o que fez com que a proporção dos papéis corrigidos pelos juros básicos subisse levemente. A fatia de títulos prefixados teve uma redução, enquanto a fatia de títulos corrigidos pela inflação também diminuiu.
O prazo médio da DPF caiu de 4,14 para 4,09 anos, e as instituições financeiras seguem como as principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 28,3% de participação no estoque.
Em meio a esse cenário, o governo continua tomando empréstimos dos investidores por meio da dívida pública para honrar compromissos financeiros, comprometendo-se a devolver os recursos após alguns anos, com alguma correção.
Apesar do aumento da dívida em outubro, a DPF permanece abaixo do previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF), que indica que o estoque da DPF deve encerrar 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões. A expectativa é que as mudanças na composição da dívida pública continuem influenciando o seu comportamento nos próximos meses.