Os dados consolidados na plataforma MapBiomas Alerta revelam que a área desmatada de janeiro a agosto foi de 9.216 hectares, em comparação com os 22.240 hectares registrados no mesmo período de 2022. O diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, destacou que estados como Paraná e Santa Catarina, que costumam liderar o desmatamento, apresentaram uma queda expressiva de aproximadamente 60%. Esses números têm sido atribuídos ao aumento da fiscalização, embargos e a restrição de acesso a crédito para produtores que desmataram.
Entretanto, apesar da queda do desmatamento dentro dos limites estabelecidos pelo IBGE, houve um aumento nas áreas de encraves da Mata Atlântica localizadas nos territórios de cerrado e caatinga. De janeiro a maio, as derrubadas nesses locais aumentaram, demandando uma ação mais efetiva por parte do poder público.
Guedes Pinto ressaltou a importância de aplicar a Lei da Mata Atlântica de forma rigorosa nessas regiões para combater o desmatamento. Ele também mencionou que existe uma disputa jurídica sobre a abrangência da lei nessas áreas.
Apesar da mudança de tendência e da redução significativa no desmatamento na Mata Atlântica, Guedes Pinto enfatizou que qualquer desmatamento no bioma é preocupante e que a expectativa é chegar a zero desmatamento. Ele alertou para a necessidade de ação nos encraves onde o desmatamento está em ascensão, defendendo a aplicação rigorosa da Lei da Mata Atlântica por parte dos órgãos ambientais.
No entanto, o diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica ressaltou que ainda existe uma disputa entre produtores, donos de terra e órgãos ambientais estaduais e municipais sobre a aplicação da lei nessas áreas. Ele concluiu que a proteção das formações florestais nos encraves da Mata Atlântica é essencial e não deve haver dúvidas quanto a isso.