Cresce o número de pessoas com ensino superior completo ocupadas, mas rendimentos apresentam queda, mostra análise do Dieese.

O número de pessoas ocupadas que possuem ensino superior completo teve um aumento de 15,5% entre 2019 e 2022, de acordo com análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) baseada em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento foi ainda maior em ocupações que não demandam esse nível de escolaridade.

Uma das principais constatações do levantamento foi o aumento de 22% no percentual de pessoas com nível superior atuando como balconistas ou vendedores de loja, e um crescimento de 45% no número de pessoas com ensino superior completo trabalhando como profissionais de nível médio de enfermagem.

Além disso, o levantamento mostrou que o número de ocupados com ensino médio completo aumentou 7,1% e o número total de ocupados teve um acréscimo de 4%. O Dieese também produziu um recorte para motoristas e entregadores por aplicativo, demonstrando que grande parte desses profissionais possuem ensino médio completo, mas também que um número significativo possui ensino superior completo.

Esse aumento na escolarização reflete não só na quantidade de pessoas com ensino superior completo, mas também em outros níveis de escolaridade. O Dieese destaca que essa tendência é resultado do aumento de pessoas em idade ativa com ensino superior completo, além do crescimento no número de pessoas que conquistaram o ensino médio completo.

No entanto, mesmo com o aumento da escolarização, o rendimento médio para o total de ocupados teve uma leve queda de 0,5%. Entre aqueles com ensino médio completo, a queda foi de 2,5% e, entre os que têm ensino superior completo, a queda atingiu 8,7%.

O Dieese ressalta que esses dados não devem desestimular pessoas de famílias de baixa renda a cursarem o ensino superior, mas sim servir como base para discutir a necessidade de fortalecer a economia brasileira e criar postos de trabalho mais complexos. A instituição também destaca a importância de políticas públicas de financiamento para que pessoas de baixa renda tenham acesso ao ensino superior.

Em resumo, o aumento da escolarização da população brasileira tem impactado positivamente o mercado de trabalho, mas também tem evidenciado a necessidade de melhorias na economia e de políticas públicas inclusivas para garantir uma distribuição mais justa de oportunidades educacionais e profissionais.

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