Confiança do comércio brasileiro cai pelo terceiro mês consecutivo, revela pesquisa da FGV, gerando apreensão entre os comerciantes.

A confiança dos comerciantes brasileiros continua em declínio, de acordo com os dados da Sondagem do Comércio divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Ao longo dos últimos cinco meses consecutivos, houve uma queda de 9,5 pontos na avaliação do momento atual, desconsiderando as influências sazonais. Essa deterioração da confiança foi refletida no Índice de Confiança do Comércio (Icom), que registrou uma queda de 2,7 pontos na passagem de outubro para novembro, atingindo 86,5 pontos. Levando em consideração as médias móveis trimestrais, o indicador caiu 2,4 pontos.

Os números também indicam quedas nos índices que compõem o Icom. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) teve uma diminuição de 2,8 pontos, alcançando 89,4 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) caiu 2,7 pontos, chegando a 84,0 pontos. A economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Geórgia Veloso, destacou que o desempenho abaixo do esperado do comércio está gerando apreensão entre os comerciantes. Além disso, a reversão da confiança dos consumidores nos últimos meses de 2023 tem contribuído para esse cenário.

Entre os quesitos que compõem o Índice de Situação Atual, a situação atual dos negócios foi apontada como a principal contribuição para a queda da confiança, com uma queda de 4,4 pontos. As avaliações sobre o volume de demanda atual também recuaram pelo quinto mês consecutivo, registrando uma diminuição de 1,1 ponto.

Já em relação às expectativas para o futuro, as perspectivas de vendas nos próximos meses caíram 3,2 pontos, enquanto o componente de tendência dos negócios nos próximos seis meses encolheu 2,1 pontos. No entanto, a FGV ressaltou que a demanda insuficiente foi apontada por 29,4% das empresas como um fator limitativo para a expansão dos negócios no trimestre encerrado em novembro. Esse cenário se torna ainda mais delicado nos segmentos que vendem bens não essenciais, onde essa fatia chegou a 34,5%.

Em suma, os resultados da Sondagem do Comércio de novembro mostram que o cenário continua desafiador para o setor, mesmo diante dos eventos que tendem a movimentar a economia no período. A pesquisa coletou informações entre os dias 1º e 27 do mês, confirmando as previsões de um quarto trimestre difícil para o comércio.

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