Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Cerrado perdeu 11.011 quilômetros quadrados (km²) de vegetação nativa entre agosto de 2022 e julho de 2023. A área desmatada é 3% maior do que a registrada entre os mesmos meses de 2021/2022. Esses números revelam um crescimento constante do desmatamento desde 2019, quando o governo do então presidente Jair Bolsonaro revogou os decretos presidenciais de 2003 e 2010 que instituíam a comissão executiva do PPCerrado e o plano propriamente dito. A comissão foi restabelecida em 2023 por um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A nova fase do PPCerrado será implementada entre os anos de 2023 e 2027, com o objetivo de unir os esforços de diversos órgãos públicos federais para alcançar o desmatamento zero até 2030. A ministra Marina Silva ressaltou que o plano foi elaborado “a muitas mãos” e é “altamente relevante para o enfrentamento dos problemas no bioma”.
O coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e Demais Biomas Brasileiros do Inpe, Cláudio Almeida, enfatizou que o PPCerrado estabelece metas, indicadores e prazos que foram submetidos a consulta pública, durante a qual foram colhidas contribuições da sociedade civil.
O Cerrado abrange 13 unidades federativas brasileiras, ocupando cerca de 23% do território nacional. Entre 2003 e 2022, 12% da vegetação nativa do bioma foi perdida, o que corresponde a uma área equivalente ao estado de São Paulo. Em 2020, o bioma possuía 49% da vegetação nativa original, com 29% ocupados por áreas de pastagem e 14% por culturas agrícolas.
A íntegra da nova fase do plano de ação pode ser acessada no site do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima na internet. Este é um passo importante para a preservação do Cerrado e esperamos que estas medidas promovam resultados positivos no combate ao desmatamento e na proteção deste importante bioma brasileiro.