O conceito de chacina utilizado pelo Instituto é baseado em episódios de violência em que há três ou mais mortos. Quando estes eventos ocorrem durante operações policiais, são denominados de chacinas policiais. O levantamento apontou a zona norte da cidade do Rio de Janeiro como a região com o maior número de chacinas, resultando em 373 mortes. Em seguida, aparecem a Baixada Fluminense e o Leste Metropolitano, com 255 e 252 mortes, respectivamente.
Já a zona sul do Rio de Janeiro foi registrada como a região com o menor número de registros, contabilizando nove chacinas e 39 mortes. Segundo Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Fogo Cruzado, a implementação da plataforma permitirá à sociedade refletir sobre a eficácia da atual política de segurança, que frequentemente resulta em operações policiais altamente letais.
É notável que a maioria das chacinas registre três mortos, mas há casos de eventos em que o número de vítimas civis supera os 20. Além disso, o levantamento também revelou a existência da chamada Operação Vingança, que ocorre após a morte ou ferimento de um policial, resultando em um maior número de mortes em comparação com chacinas em que não houve agentes de segurança atingidos.
O Fogo Cruzado ressaltou a participação não apenas da Polícia Militar e Polícia Civil, mas também da Polícia Rodoviária Federal em algumas das chacinas identificadas. A Agência Brasil procurou as autoridades policiais envolvidas nos eventos, mas até o momento não obteve posicionamento, permanecendo atenta para atualizar a matéria quando receber mais informações.
Portanto, os dados levantados e divulgados pela plataforma Chacinas Policiais levantam questões importantes sobre a eficácia e consequências das operações policiais na região metropolitana do Rio de Janeiro. A sociedade e as autoridades devem refletir sobre as implicações dessas ações, não só em termos de mortes, mas também em termos de impactos físicos, mentais e financeiros para a comunidade local.